São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2000

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Livro relembra por meio de fotos e depoimentos as três décadas de história da diversão sobre quatro rodinhas no país ROBERTO ORTEGA DO NOTÍCIAS POPULARES No final dos anos 60, muitos garotos que estavam começando a surfar no Rio e no litoral paulista descobriram uma novidade nas revistas americanas: o skate.
O "carrinho" veio como a solução de diversão para os cariocas nos dias de mar pequeno. Em Sampa, as ladeiras do bairro do Sumaré (zona oeste) se transformaram em verdadeiras ondas de concreto.
A "brincadeira" ultrapassou décadas e ganhou status de esporte. Campeonatos e equipes começaram a aparecer no país. Atualmente, o Brasil é um dos melhores países do mundo na arte de andar de skate. E o sk8 (abreviação usada pelos skaters) se transformou numa filosofia de vida, ditando moda, gíria e música.
A saga do skate no país, desde os pioneiros, feitos com pedaços de madeira e rodas de ferro, até a era das grandes manobras, está contada em "A Onda Dura - 3 Décadas de Skate no Brasil", da editora Parada Inglesa.
O livro, com mais de cem fotos, foi dividido em três gerações. A primeira, os anos 70, foi escrita pelo carioca Cesinha Chaves. Ele, atualmente com 45 anos, começou a dar seus primeiros impulsos no carrinho quando ainda era um menino da zona sul do Rio de Janeiro.
Descolou um skate com alguns garotos do consulado americano e nunca mais parou. Até hoje é um dos grandes incentivadores do esporte. "Quando comecei a escrever, fui buscar na memória toda aquela época. Eu estava na inauguração da primeira pista do país e outras coisas cataloguei durante esses anos", disse Cesinha.
O veterano se lembra, por exemplo, da época em que o skate era chamado de "surfinho" e campeonatos e equipamentos eram vistos só em sonho pelos brasileiros.
O período dos anos 80 foi feito por Fábio Bolota, que começou realizando free-style (manobras de solo) nas marquises do parque Ibirapuera e agora edita a revista "Tribo Skate". Ele relembra a fase mais punk do skate.
Com o fechamento das pistas e a invasão dos rollers, os skatistas viraram uma espécie de gangue.
Lenços coloridos, cabelo moicano e muito hardcore na mente. Nessa época, também aconteceram os antológicos campeonatos na cidade de Guaratinguetá (SP). "Foi uma fase em que se misturou tudo: música, estilo e skate. Todo mundo gostava de diversão, e o lema era "skate for fun'", disse Bolota.


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