São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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carreira

Boom de academias aumenta mercado para educação física

Atenção a idosos fará a profissão crescer ainda mais nos próximos anos

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é preciso muito esforço para saber para onde vão os 12 mil profissionais que se formam todo ano em educação física no Brasil, conforme aponta o Conselho Federal de Educação Física (Confef). Somada às profissões mais tradicionais do ramo - professores escolares de educação física-, hoje existe a formação de um novo contingente no mercado, absorvido pelo boom de academias e pela alta procura de personal trainers.
Uma vez dentro da faculdade é que o aluno vai decidir se prefere atuar na rede de ensino (pública ou privada) ou seguir carreira como instrutor, treinador ou preparador físico.
"Entre as opções de trabalho, existe um leque muito grande. É possível até fazer carreira no laboratório de uma marca de artigos esportivos, como pesquisador", diz Rita Verenguer, coordenadora da faculdade de Educação Física do Mackenzie.
Para quem escolhe ser professor, é necessário, além dos quatro anos de faculdade que correspondem à licenciatura, fazer o bacharelado, que dura de um ano e meio a dois.
A grade curricular da faculdade tem três grandes grupos: atividades de aplicação (o aluno assiste, orienta ou pratica atividades físicas), biológicas (matérias relacionadas ao organismo, como anatomia, nutrição, bioquímica etc.) e sociais (matérias relacionadas à psicologia, sociologia e educação).
A prática administrativa também tem sido valorizada dentro dos cursos. "Muitos formandos abrem empresa própria", conta Carlos Ugrinowitsch, titular da faculdade de Educação Física e Esportes da USP. E há novos campos à frente: "A atenção a idosos, portadores de deficiência, asmáticos e outros grupos especiais vai absorver mais profissionais nos próximos anos", diz.

Qualidade de vida
Diferentemente do que acontece na faculdade de Esportes, para entrar nos cursos de educação física nem sempre é necessário fazer prova de habilidade específica. "É importante dizer que quem vai entrar para a faculdade de Educação Física não precisa ter um passado ligado à prática esportiva", diz Ugrinowitsch.
Mesmo assim, segundo o professor, é mais comum ver esportistas entre os alunos, ou ainda pessoas com interesse em qualidade de vida.
Para Rita, esse perfil do aluno de educação física está cada vez mais bem definido. "Antigamente, o curso era muito procurado por pessoas que não sabiam muito bem o que queriam da vida. Noto uma mudança séria nesse sentido: hoje, quem entra da faculdade de educação física sabe muito bem o que quer", observa.
Por ser uma profissão voltada à aplicação de atividades físicas, os cursos exigem altas cargas de aulas práticas (cerca de 25% da grade), assim como estágios em empresas, ONGs e instituições de ensino vinculadas à faculdade.


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