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MÚSICA
Peter Pan do rock
Líder do Placebo fala de sua adolescência terrível e de como encontrou a liberdade
IURI DE CASTRO TÔRRES
DA REPORTAGEM LOCAL
Brian Molko, 37, vocalista
da banda inglesa Placebo, se hospeda em hotéis
sob o pseudônimo Light Body
(corpo leve), mas isso não condiz com sua personalidade.
Dono de composições que
embalam corações melancólicos há mais de 15 anos, Molko
conversou com o Folhateen
antes de embarcar para o Brasil, onde apresenta "Battle for
the Sun" (2009) em quatro cidades -Porto Alegre (13/4),
Curitiba (14/4), Belo Horizonte (16/4) e São Paulo (17/ 4).
FOLHA - Por que Placebo é tão
grande entre os adolescentes?
BRIAN MOLKO - A resposta mais
sincera é: não tenho certeza. Há
uma teoria que diz que o desenvolvimento emocional de um
artista para no momento em
que ele se torna famoso. Emocionalmente, então, temos 20
anos. Minhas canções, palavras
e emoções se encaixam perfeitamente entre os adolescentes.
Talvez eu seja emocionalmente
subdesenvolvido. Talvez fazer
parte de uma banda de rock é
ser adolescente para o resto da
vida, como Peter Pan. Escrevo
essas canções, e elas significam
alguma coisa para os adolescente. Isso é bom. Não quero
saber a resposta, porque, se
souber, talvez seja o fim.
FOLHA - A adolescência é um período muito complicado, certo?
MOLKO - Com certeza! É a fase
mais complicada, emocional e
intensa. Tudo é uma questão de
vida ou morte. Se algo ruim
acontece, é o fim do mundo; se
algo bom acontece, é incrível.
FOLHA - Foi difícil ser adolescente?
MOLKO - Foi extremamente
terrível... Eu odiei! Grande parte é culpa da minha família disfuncional. Então, quando completei 17 anos, fui aceito em
uma universidade em Londres.
Minha vida recomeçou. Decidi
que descobriria a mim mesmo.
O começo foi muito difícil, mas
encontrei a liberdade para descobrir quem eu sou.
FOLHA - Vocês estão voltando ao
Brasil depois de quase três anos. O
que os fãs podem esperar?
MOLKO - Vai ser alto e apaixonado. Os fãs encontrarão uma
nova banda. Temos uma violinista agora, a Fiona. Tenho um
lado feminino, mas é bom mais
estrogênio na banda.
FOLHA - O novo disco, "Battle for
the Sun", é tocado na íntegra?
MOLKO - Quase todo, além dos
clássicos como "Every You,
Every Me". Mas não tocamos
"Pure Morning" nem "Nancy
Boy". Sei que alguns fãs ficarão
decepcionados, mas é impossível fazer todo o mundo feliz.
Talvez fizéssemos mais dinheiro tocando apenas os singles e
nos transformando em macacos com guitarras, mas não somos macacos, somos seres humanos com emoções.
FOLHA - Imagem ainda é importante para o Placebo?
MOLKO - No começo, fizemos
várias coisas em termos de
"cross-dress" e maquiagem,
porque ninguém mais fazia.
Toda música boa tem um elemento sexual subversivo. O
modo como nos vestíamos e
nos apresentávamos era um
protesto político. Hoje é mais
comum, basta olhar para Beth
Ditto, do Gossip, e até Brandon
[Flowers], do Killers, que copia
meu visual. Éramos "freaks"
[aberrações], mas gostávamos.
PLACEBO
São Paulo
Sábado, as 22h
Credicard Hall (av. das
Nações Unidas, 17.955)
Ingresso
de R$ 100 a R$ 300
Classificação
16 anos
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