São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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02 NEURÔNIO

Jô Hallack - Nina Lemos - Raq Affonso
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O vazio do fim da Copa

E AGORA, SEM A COPA?
A Copa acabou. Sentimos que vai ficar um vazio. Afinal, qualquer ser humano precisa preencher seu vazio existencial com alguma coisa. Mesmo que seja com uma mesa redundante de conversas sobre futebol. Mesmo quem odeia bola acaba preenchendo o vazio com seu ódio pelo esporte. Agora, temos que nos deparar novamente com um dramático fato: o que estamos fazendo neste mundo? Sim, pois achávamos que o grande objetivo da humanidade neste milênio era completar o álbum de figurinhas e ver o Brasil ser campeão. E agora?

POLVO PAUL
O grande destaque ficou para o polvo mediúnico Paul, que adivinha quem vai ganhar os jogos. Achamos incrível. Seria bom ter um polvo desses nas nossas vidas. Devo ficar com ele ou não? Uso branco ou preto? E o polvo nos guiaria. Até o fim dos tempos. Já pensamos até em fazer uma visita para o polvo Paul na Alemanha. O problema é que só poderíamos fazer uma pergunta. Seria difícil escolher. Pensando bem, melhor passar as férias inteiras perto do polvo. Assim, teríamos 30 perguntas.

'BOYS DON't CRY'
Gostamos também de homens que choram. Que se desesperam. Que soluçam como se o fim do mundo tivesse chegado. Eles estão certos. O fim do mundo chega com frequência, só que as pessoas fingem que não se trata disso.

Não é só um jogo. Odiamos quem não respeita o pranto alheio, aliás. "É só um jogo." "É só um pé na bunda." "Você só perdeu o amor da sua vida." "É só um tsunami", etc. etc. etc. Pensando bem, "é só um jogo" seria uma linda frase para um epitáfio.

MAIS ESTRANHO DO QUE A FICÇÃO
E agora, como vamos preencher nosso vazio existencial? Com leitura de poemas ingleses? Com ginástica? Nada disso. Vamos preencher o vazio com a leitura sensacionalista das notícias do caso Bruno, que envolve orgias, cachorros e o goleiro do Flamengo. Nem na ficção seria tão bizarro. E lembrando de um grito feminista do passado muito adequado: "Quem ama não mata!"


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