São Paulo, segunda-feira, 12 de novembro de 2001

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02 NEURÔNIO

Sempre diga para um homem (o que você quiser)

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA

Já devíamos ter nos acostumado. Mas não adianta: toda vez que abrimos uma revista e lemos aquelas dicas de como segurar um homem, de como não chatear um homem, de como se apaixonar por um homem e qualquer outra coisa que acabe com a palavra homem... levamos sustos. São dicas bizarras. Claro que temos a liberdade de não ler matérias desse tipo. Mas, de outra forma, como iríamos nos distrair na hora da depilação?
E, apesar de crescidas e vacinadas, ainda temos surtos de indignação quando lemos certas coisas. Outro dia mesmo, abrimos uma revista e demos de cara com a seguinte matéria: "Nunca diga a um homem...". E uma lista com coisas que você era proibida de falar para um pretê (senão ele iria sumir).
Segundo a lista, você não poderia falar praticamente nada que o contrariasse. Revoltadas, fizemos a nossa própria lista: o que você sempre deve falar para um cara. Mesmo que ele se aborreça.

 
Se o seu pretê estiver bêbado e chato, sempre diga isso para ele. E vá embora sozinha para casa na hora em que ele começar a ter ciúmes de um poste. Como ele vai voltar para casa? Com suas pernas de pinguço, claro!
 
Se você não estiver com vontade de transar naquela noite, fale a simples frase: hoje eu não estou com vontade de fazer sexo. Nada de inventar desculpas, como aquela ridícula da dor de cabeça.
 
Sempre diga para um cara que você não gosta de futebol (isso se você realmente não gostar). Se ele começar a falar que a defesa do Botafogo etc., seja sincera: "Você sabe que eu não gosto de futebol". Nunca converse sobre um assunto que você odeia só para agradar ao fulano. Você só conversa sobre assuntos chatos no começo da pretendência, quando quer agradar. Por acaso, alguma vez na vida, um homem conversou com você sobre esmaltes?
 
Se ele usa uma peça de roupa ridícula, como um mocassim de franjas, diga a ele que acha mocassim de franjas feio. Com jeitinho, claro. E se você não tiver telhado de vidro (no caso, uma manga bufante). Mas esteja preparada para ouvi-lo mandar você se catar e dizer que vai usar assim mesmo. É um direito, garantido por lei, que ele tem. Infelizmente, nossa Constituição não proíbe cidadãos de usar mocassins franjados.
 
Se ele disse que a sua saia está muito curta (esperamos que esse tipo de ser tenha sido extinto), é a sua vez de mandar o cara se catar. E de diminuir mais dois dedos da saia.
 
A tal revista diz que nunca devemos dizer a um homem que ele está errado. Claro que o certo e o errado sempre são coisas relativas. Mas, se ele disser uma barbaridade - por exemplo, que o Afeganistão faz fronteira com o Taleban-, diga-lhe que ele precisa ler jornal.
 
E, se você estiver apaixonada, ora, fale aquela frase, A FRASE: eu te amo.
Simples (e, para os que não estão amando no momento, cafona).
E, se depois de tudo isso que você disser ele sumir... bem, pense que ele podia sumir mesmo que você dissesse que a pochete dele era linda.

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