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FOLHATEEN EXPLICA
Os testes de uma vacina antiAids no Brasil
País participa de segunda fase de estudo de antídoto
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil iniciou na semana passada a segunda fase de um novo teste de vacinas preventivas contra o vírus da Aids. É a primeira
vez que o país consegue levar ao segundo estágio um estudo de vacina contra o HIV.
A pesquisa, que está sendo realizada nos
EUA, no Brasil, no Haiti e em Trinidad e Tobago, tem como objetivo avaliar como o sistema imunológico reage a duas vacinas experimentais, a Alvac, produzida na França, e a
Vaxgen, feita nos EUA.
A primeira fase, que testa a segurança da vacina e avalia seu comportamento ao ser absorvida pelo corpo humano, já foi concluída
em todos os países, inclusive no Brasil.
Com resultados positivos, foi iniciada a segunda etapa -já concluída nos EUA-, que
deve durar 18 meses. Essa fase vai ampliar os
conhecimentos sobre a segurança da droga e
verificar se ela é capaz de produzir uma resposta imunológica no organismo.
O sistema imunológico luta contra infecções virais com duas armas principais: defesa
humoral (por meio de anticorpos) e defesa
celular (por meio de células). As vacinas que
estão sendo testadas tentarão produzir essas
duas defesas: a Alvac tenta estimular a produção de linfócitos T, também chamados de
"células assassinas T", enquanto a Vaxgen
tenta estimular a produção de anticorpos.
Os participantes podem ser de ambos os sexos, ter idades entre 18 e 60 anos, e com baixa
possibilidade de se infectar pelo HIV.
Durante o período dos testes, eles tomarão
quatro doses das vacinas, nos períodos de
um, três e seis meses a partir da primeira. Os
voluntários terão 12 visitas médicas, realizarão testes laboratoriais e físicos e responderão
a questionários periodicamente.
Ao longo do estudo, que no Brasil é coordenado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio
de Janeiro), os participantes terão seus anticorpos e linfócitos coletados, que serão colocados em contato com o vírus para verificar
como se comportam.
Pesquisadores garantem que não há risco
de os participantes contraírem Aids, uma vez
que as vacinas não contém o vírus.
Nos EUA, onde a fase 2 já foi concluída, os
resultados foram positivos. Isso quer dizer
que as vacinas foram capazes de estimular as
respostas imunológicas esperadas.
O que ainda não se sabe é se essas respostas
serão capazes de matar o vírus. Isso será verificado na terceira fase dos testes, que deve começar entre o fim de 2002 e o início de 2003, e
será realizada simultaneamente por todos os
países que participam do estudo.
Para saber mais: "A Aids", de Marcelo Soares, na coleção
"Folha Explica" (Ed. PubliFolha)
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