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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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EDUCAÇÃO

Desigualdade entre homens e mulheres na educação é o principal tema discutido

Campanha tenta dar "a maior aula do mundo"

GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Jovens que participaram do debate sobre preconceito e educação na sede da ONG Ação Educativa


A idéia de quebrar um recorde mundial é bastante sedutora, principalmente para quem não é atleta nem tem alguma habilidade fora do comum.
Sabendo disso, a Campanha Global pela Educação (CGE) -uma entidade que reúne ONGs, sindicatos, instituições filantrópicas e religiosas- usou um trunfo para dar visibilidade a uma realidade incômoda: em todo o mundo, há mais de 100 milhões de crianças fora da escola.
O trunfo foi um esforço conjunto de mais de 50 países para dar "a maior aula do mundo" simultaneamente, batendo o recorde anterior, uma aula de idiomas que reuniu 28.801 pessoas em 2002. A apuração para saber se a aula foi realmente a maior do mundo será feita pelo Guiness World Records, a partir de formulários preenchidos durante o evento.
No Brasil, a aula programada pela CGE foi dada em mais de 500 locais diferentes em todo o país, incluindo escolas, sindicatos e ONGs. O tema apresentado -além da inclusão desse enorme contingente de pessoas que estão fora da escola- foi a desigualdade entre homens e mulheres na educação.
O Folhateen acompanhou a aula dada na sede da ONG Ação Educativa, em São Paulo.
A primeira parte da aula tratava da situação mundial da educação e das metas que foram estabelecidas na Conferência Mundial de Educação, ocorrida em Dacar (Senegal), em 2000. Entre essas metas, está colocar o mesmo número de meninos e meninas na escola até 2005.
Para Sara Ferreira, 19, a primeira parte da aula foi boa para entender o que deve ser feito em relação às mulheres na escola. "É bom saber dessas diferenças porque elas mostram as coisas que nós temos de mudar", diz.
A segunda parte foi um debate, aberto a todos, com membros de comunidades ligadas ao hip hop para discutir também a discriminação da mulher no hip hop. Na prática, o debate passou longe do hip hop e ficou na discussão do acesso à educação e da discriminação da mulher, principalmente da mulher negra.
"O debate foi bom para a reflexão, mas teve muita gente que se fechou nas suas idéias. Debater serve para a gente construir junto, ou não?", perguntou Wellington Lopes Góes, 20, que participou da discussão.
Depois da aula, foi distribuído um questionário para a realização de uma pesquisa sobre qualidade do ensino público no Brasil. A pesquisa deverá ser feita com 20 mil alunos, pais e professores de escolas estaduais e municipais.



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