UOL


São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Instrumentistas jovens atraem platéia da mesma faixa etária

DA REPORTAGEM LOCAL

Curupira, Umdoistrio, Tira Poeira, Armazém, Mandu Sarará e Itibirê e Orquestra Família são alguns dos grupos que podem ser considerados a vanguarda da nova geração de instrumentistas. A lista se completa com virtuoses como o violonista gaúcho Yamandú Costa e o instrumentista André Mehmari, ambos músicos principalmente de choro, revelados nos últimos três anos.
"É uma tendência semelhante à que aconteceu no jazz norte-americano em meados dos anos 80, quando apareceram os "young lions" (que revelou jazzistas como Wynton Marsallis)", compara o jornalista, crítico de música e colaborador da Folha, Carlos Calado.
Para ele, essa leva de instrumentistas reflete-se na formação de público. "O fato de os integrantes dos grupos serem tão jovens atrai cada vez mais pessoas da mesma idade aos shows", explica. A experiência de Calado vem da curadoria no último semestre do Prata da Casa, projeto do Sesc Pompéia que promove shows semanais de jovens talentos.
No último dia 2, o Umdoistrio, banda que mescla samba e jazz, levou cerca de 150 pessoas ao Sesc. A média de idade dos frequentadores, segundo o crítico, era de 18 anos.
Situação semelhante acontece no Rio de Janeiro em torno das rodas de choro e de samba. O baixista Itiberê Zwarg, que há 25 anos acompanha o multiinstrumentista Hermeto Pascoal, diz que, em 40 anos, nunca viu uma geração com tantos músicos tão jovens quanto agora.
Zwarg lidera a Orquestra Família, formada a partir de uma série de oficinas de música. Os 27 integrantes do grupo instrumental têm idade média de 20 anos e seguem a linha "hermetiana", com influências do que Zwarg chama de "música universal". "É difícil rotular o som porque ele não tem preconceito de nada. Não é erudito nem popular", diz Zwarg.
Há anos frequentando rodas de choro, Luís Nassif, jornalista e colunista da Folha, diz que nunca viu uma geração tão capacitada quando a atual. "É comum encontrar pessoas de 15 a 20 e poucos anos que colocam a partitura na frente e mandam ver", diz Nassif. (AF)


Texto Anterior: Novos batutas: Música sem palavras
Próximo Texto: Opções para ouvir vão de teatros a rodas ao ar livre
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.