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Instrumentistas jovens atraem platéia da mesma faixa etária
DA REPORTAGEM LOCAL
Curupira, Umdoistrio, Tira Poeira, Armazém, Mandu Sarará e Itibirê e Orquestra Família são alguns dos grupos
que podem ser considerados a vanguarda da nova geração de instrumentistas. A
lista se completa com virtuoses como o
violonista gaúcho Yamandú Costa e o
instrumentista André Mehmari, ambos
músicos principalmente de choro, revelados nos últimos três anos.
"É uma tendência semelhante à que
aconteceu no jazz norte-americano em
meados dos anos 80, quando apareceram os "young lions" (que revelou jazzistas como Wynton Marsallis)", compara
o jornalista, crítico de música e colaborador da Folha, Carlos Calado.
Para ele, essa leva de instrumentistas
reflete-se na formação de público. "O fato de os integrantes dos grupos serem tão
jovens atrai cada vez mais pessoas da
mesma idade aos shows", explica. A experiência de Calado vem da curadoria no
último semestre do Prata da Casa, projeto do Sesc Pompéia que promove shows
semanais de jovens talentos.
No último dia 2, o Umdoistrio, banda
que mescla samba e jazz, levou cerca de
150 pessoas ao Sesc. A média de idade
dos frequentadores, segundo o crítico,
era de 18 anos.
Situação semelhante acontece no Rio
de Janeiro em torno das rodas de choro e
de samba. O baixista Itiberê Zwarg, que
há 25 anos acompanha o multiinstrumentista Hermeto Pascoal, diz que, em
40 anos, nunca viu uma geração com
tantos músicos tão jovens quanto agora.
Zwarg lidera a Orquestra Família, formada a partir de uma série de oficinas de
música. Os 27 integrantes do grupo instrumental têm idade média de 20 anos e
seguem a linha "hermetiana", com influências do que Zwarg chama de "música universal". "É difícil rotular o som
porque ele não tem preconceito de nada.
Não é erudito nem popular", diz Zwarg.
Há anos frequentando rodas de choro,
Luís Nassif, jornalista e colunista da Folha, diz que nunca viu uma geração tão
capacitada quando a atual. "É comum
encontrar pessoas de 15 a 20 e poucos
anos que colocam a partitura na frente e
mandam ver", diz Nassif.
(AF)
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