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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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FOLHATEEN EXPLICA

Oposição exilada deve participar de processo de transição política

Quem governará o Iraque após a derrubada de Saddam?

DA REDAÇÃO

Ao mesmo tempo em que eram derrubadas as estátuas de Saddam Hussein em praças do Iraque, na última quarta-feira, a pergunta que o mundo mais se fazia diante daquelas cenas era: e agora, quem vai governar o país?
No front das palavras, o governo dos EUA adotou cautela na linguagem e insistiu que realizara uma "liberação" do Iraque, não uma "ocupação".
No front concreto, o plano elaborado desde antes de o primeiro míssil ter sido lançado contra as forças militares, os prédios ministeriais e os palácios de Saddam previa a divisão administrativa do país em três zonas (sul, centro e norte), que ficarão sob a responsabilidade de funcionários americanos comandados pelo general da reserva Jay Garner.
Para completar, os EUA escolheram 43 políticos iraquianos -14 no exílio e 29 no interior do país- para participar de uma reunião no último fim de semana na qual se discutiria o futuro político do Iraque.
Entre eles, encontra-se Ahmed Chalabi, líder do Congresso Nacional Iraquiano (um dos principais grupos de oposição no exílio). Chalabi, que vivia no exílio até há poucos dias, foi levado, com outros 700 membros de sua organização, de volta ao Iraque pelos próprios americanos para ajudá-los a colocar fim ao regime de Saddam e a instalar uma nova administração.
A volta de Chalabi do exílio pelas mãos dos americanos levantou especulações de que estaria sendo elevado a um posto fundamental no Iraque pós-Saddam. Mas, embora ele tenha apoiadores no Pentágono, a CIA acredita que líderes iraquianos que viviam no exílio não terão o apoio da população.
E, para escolher lideranças internas, a situação fica ainda mais complicada porque os nomes mais preparados têm conexões com o regime de Saddam Hussein.
Alguns especialistas apostam que os americanos devem constituir, para a transição, um governo composto por nomes da oposição que estavam no exílio, lideranças iraquianas tribais e religiosas que não saíram do país e até mesmo por nomes de setores do partido Baath (o mesmo de Saddam) que não estivessem tão comprometidos com o ditador.
Outra questão delicada é o papel que será destinado à ONU (Organização das Nações Unidas). Países do Conselho de Segurança (CS) que foram contra a guerra, em especial França, Alemanha e Rússia, querem que o organismo assuma o papel central na reconstrução do Iraque.
Mas, embora concordem que a ONU deva ter participação, sobretudo na oferta de ajuda humanitária e na reconstrução do país, os EUA já deixaram claro que terão a palavra final. E defendem que a responsabilidade pelo Iraque seja transferida, tão logo quanto possível, para as mãos dos iraquianos.


Com agências internacionais


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