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Som
Deep Purple aterrissa esta semana no Brasil
ANDRÉ BARCINSKI
especial para a Folha, de Nova York
Esta semana a banda inglesa
Deep Purple, um dos maiores nomes do hard rock, aterrissa no Brasil para sua terceira excursão pelo
país. Vale a pena morrer numa
grana para ver os coroas. Afinal
show do Deep Purple é que nem
macarronada na casa da avó: nunca tem grandes novidades, mas é
sempre muito bom.
Essa formação que chega ao Brasil inclui o guitarrista Steve Morse
(ex-Dixie Dregs), que substituiu o
lendário Ritchie Blackmore, considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos. Morse está
com a banda há mais de três anos e
já gravou dois discos com o Deep
Purple, "Purpendicular" (98) e
"Abandon" (98). A julgar pelas críticas entusiasmadas que o grupo
andou recebendo numa recente
turnê européia, Morse matou a
pau e fez a galera esquecer Blackmore rapidinho. Os outros músicos que vêm fazem parte da formação "clássica": Ian Gillan (vocal),
Roger Glover (baixo), Jon Lord
(teclados) e Ian Paice (bateria).
Na verdade, só o fato de o Deep
Purple continuar existindo pode
ser considerado um verdadeiro
milagre. Eles perigam ser a família
mais perturbada da história do
rock: nos 30 anos de carreira da
banda, já brigaram dezenas de vezes, juraram que nunca mais tocariam juntos e acabaram com o grupo em pelo menos três ocasiões, só
para fazer as pazes tempos depois.
Há casos de membros do Deep
Purple, como Ian Gillan, que saíram e voltaram à banda três vezes.
O único integrante que está com
o grupo desde 68 é o tecladista Jon
Lord. Desde então, o Deep Purple
(nome tirado da música predileta
da avó de Ritchie Blackmore) já teve quatro vocalistas (Rod Evans,
Ian Gillan, David Coverdale e Joe
Lynn Turner), quatro guitarristas
(leia texto abaixo), três bateristas
(Chris Curtis, Bobby Woodman e
Ian Paice) e três baixistas (Nick
Simper, Roger Glover e Glenn Hugues). Ufa!
Agora, finalmente, parece que a
paz está reinando no Deep Purple.
Todos os integrantes fazem questão de elogiar Steve Morse e se dizem aliviados por terem se livrado
de Ritchie Blackmore, um gênio no
palco e um ranzinza infernal fora
dele. Quando a banda esteve no
Brasil em 91, Blackmore não andava no mesmo carro que os outros
músicos e recusou-se a dar entrevistas. Durante uma pelada com
jornalistas, encheu tanto a paciência de todos que acabou isolado na
ponta-esquerda, sem receber um
passe sequer (também, era um
perna-de-pau irrecuperável!).
A primeira briga de Blackmore
com o resto da turma aconteceu
em 75, quando ele saiu para fundar
o grupo Rainbow. Foi substituído
por Tommy Bolin, outro monstro
das seis cordas, mas que acabou
morrendo de overdose de drogas
um ano depois. A banda deu um
tempo e só voltou em 84, novamente com Blackmore, que foi expulso de novo em 93, dessa vez em
definitivo. Com Steve Morse, as
coisas se acalmaram. Os dois últimos discos foram elogiadíssimos,
assim como os shows. Quem for ao
Via Funchal pode esperar ouvir velhos clássicos ("Strange Kind of
Woman", "Lazy", "Speed King",
"Smoke on the Water") misturados com músicas mais recentes como "Any Fule Kno That", "Seventh Heaven" e "Ted the Mechanic". No bis, eles andaram tocando
o clássico "Highway Star". Bacana.
Shows em SP: sex. (19) e sáb. (20), às 22h, e dom.
(21), às 21h; no Via Funchal, r. Funchal, 65, Vila
Olimpia, tel. 866-2300, ingressos: de R$ 40 a R$
70; Curitiba (24), Rio (26) e Belo Horizonte (27)
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