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Não perca "Deuses e Monstros"
da Reportagem Local
O pai de Frankenstein no cinema, o diretor inglês James Whale,
foi um dos primeiros artistas de
Hollywood a assumir sua homossexualidade. Talvez por isso tenha
morrido esquecido, em 1957. Em
31, ele dirigiu o filme clássico que
imortalizou aquele monstrengo
todo costurado, criado de restos
humanos por um cientista maluco
e que leva o nome da criatura.
Os últimos dias de vida de James
Whale são narrados em "Deuses e
Monstros". Mas não é a sua homossexualidade que mais interessa a Bill Condon, que dirigiu e escreveu o roteiro, baseado no "Pai
de Frankenstein", dessa vez o
monstrengo em livro.
Bill Condon prefere, acertadamente, usar Whale para falar sobre
cinema e solidão, mitos e homens,
"Deuses e Monstros". Whale (Ian
McKellen, de "Ricardo III", indicado ao Oscar de ator) sobreviveu a
um derrame. Seu corpo está são. A
mente, em deterioração, lhe perturba com imagens da infância, da
guerra e das filmagens. Atrevido,
ele convida o jardineiro Clayton
(Brandon Fraser, de "George, o Rei
da Floresta", saradérrimo) a posar
de modelo para um retrato a óleo,
sob os protestos da sua fiel governanta (Lynn Redgrave, indicada ao
Oscar de coadjuvante).
As sessões de pintura são um encontro da sofisticação do cineasta
com a simplicidade do jardineiro,
uma metáfora delicada e envolvente da relação de encantamento
do espectador com o cinema, mas
também da crueldade do cinema
com os seus deuses.
(FG)
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