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GAME ON
Piratas encontram novos parceiros por todo lado
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Não queria ficar falando de pirataria e
de ausência de fabricantes de games
no Brasil. Acho chato, careta e complicado. Já escrevi que as grandes empresas
são cúmplices dos piratas ao deixarem o
mercado brasileiro de lado. Já reclamei
de amigos que compram e que jogam games pirateados e já acusei lojistas.
Hoje é a vez das revistas especializadas
em jogos. Desde o começo do ano, tornou-se regra anunciar lojas que vendem,
que compram e que trocam games e consoles. Acontece que, nesses anúncios,
vem quase sempre a frase "desbloqueamos consoles" ou "destravamos equipamentos". Entenda-se: "Liberamos seu
console para jogos piratas".
Um advogado amigo me garante que
não se trata de crime, pois o que eles
anunciam e vendem é um equipamento
eletrônico e ponto final.
Eu entendo que o mercado editorial
anda em baixa, que revistas precisam e
devem faturar. Esperneio pela ausência
dos fabricantes Sony, Microsoft e Nintendo no nosso mercado, mas concordar
com a alternativa criada já é exagero.
Se os fabricantes quiserem entrar no
mercado, têm de adequar preços. Mas
não querem. Se os lojistas quiserem vender mais, vão ter de parar de explorar.
Mas não querem. Se os gamers quiserem
jogar mais e dentro da lei, vão ter de parar de comprar piratas. Mas não querem.
Se os colegas de comunicação quiserem vender revistas, não poderão ser
cúmplices de parte de um crime. Eu sei
que é chato, mas alguém tem de querer
discutir. Eu quero.
Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br
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