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São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 2003

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GAME ON

Piratas encontram novos parceiros por todo lado

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não queria ficar falando de pirataria e de ausência de fabricantes de games no Brasil. Acho chato, careta e complicado. Já escrevi que as grandes empresas são cúmplices dos piratas ao deixarem o mercado brasileiro de lado. Já reclamei de amigos que compram e que jogam games pirateados e já acusei lojistas.
Hoje é a vez das revistas especializadas em jogos. Desde o começo do ano, tornou-se regra anunciar lojas que vendem, que compram e que trocam games e consoles. Acontece que, nesses anúncios, vem quase sempre a frase "desbloqueamos consoles" ou "destravamos equipamentos". Entenda-se: "Liberamos seu console para jogos piratas".
Um advogado amigo me garante que não se trata de crime, pois o que eles anunciam e vendem é um equipamento eletrônico e ponto final.
Eu entendo que o mercado editorial anda em baixa, que revistas precisam e devem faturar. Esperneio pela ausência dos fabricantes Sony, Microsoft e Nintendo no nosso mercado, mas concordar com a alternativa criada já é exagero.
Se os fabricantes quiserem entrar no mercado, têm de adequar preços. Mas não querem. Se os lojistas quiserem vender mais, vão ter de parar de explorar. Mas não querem. Se os gamers quiserem jogar mais e dentro da lei, vão ter de parar de comprar piratas. Mas não querem.
Se os colegas de comunicação quiserem vender revistas, não poderão ser cúmplices de parte de um crime. Eu sei que é chato, mas alguém tem de querer discutir. Eu quero.


Colaborou Fabio Silva gameon@folha.com.br


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