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Reflexões sobre MPB, pirataria de CDs e rodeio. Confira aqui e mande a sua opinião. Valem fax, e-mail ou cartinha!
MPB e fãs ingênuos
"Preconceito e ignorância musical
traduzem a opinião dos leitores
Ana Luiza Daltro, Antônio Carlos
M. de Lima e Adriano Carvalho
Pinto. Não há dúvida de que os
anos 60 foram importantes para a
música. Mas achar que só nessa
década foram produzidas coisas
boas é demonstração de ignorância e ausência de um conhecimento musical apurado. Quanto às
"barulheiras" (punk e heavy metal), grande parte delas é mais importante do que os "gênios" Caetano e Gil. São sempre seus fãs e de
MPB, em geral, que expressam tal
opinião. Não conhecem nada
além disso nem tentam conhecer
por causa do "refinamento musical" (será que não é por isso que a
nossa MPB não evolui?)."
Edson Nakamatu, 20 (Santo André, SP)
Pirataria de CDs
"Vi na Ilustrada uma propaganda
da campanha contra a falsificação
de CDs. Não é o caso, obviamente,
de ir contra. Agora, para tentar reduzir os preços dos discos, onde
estão Caetano, Milton, Herbert
Vianna? Há lojas com CDs nacionais na faixa dos R$ 25. Então a
"música popular" não é tão popular assim. E talvez a pirataria seja
apenas a face mais visível das respostas -infelizes- à exclusão
social do consumidor no país."
Caio Aguilar Fernandes, 33 (Ribeirão Preto, SP)
Reflexões não-radicais
"Com real espanto deparo-me, na
ed. de 2/8, com um bem-intencionado Leonardo Bonagura, que intenta, por meio de perspicaz análise, defender o que estudantes um
pouco mais esclarecidos conhecem como instituições partilhadas
por partidos políticos. Concordo
com as entidades que se deve, por
exemplo, criticar a política externa norte-americana sempre que
interferir nos interesses nacionais
e apontar a falta de ética observada em nossos governantes.
Porém há um certo exagero nisso.
Primeiro, deve-se ter voto direto.
A maior luta em prol da democracia foi a "Diretas-Já", que visava a
conquista do voto direto para o
povo (sem delegados ou representantes indiretos). Mesmo insatisfeitos com a gestão atual, devemos
respeitar a democracia; e não agitar ilegalidades totalitárias, que
acabam em golpes dados por ditadores de direita (Getúlio Vargas)
ou de esquerda (Fidel Castro).
Não faço parte de grupos políticos, mas sou como a maioria dos
cidadãos não-radicais. Por que,
em vez de discutir as arbitrariedades do embargo a Cuba, não são
cobradas do Itamaraty posições
mais fortes e de acordo com interesses da nação, sem aceitar imposições estrangeiras? E, para aqueles que dizem "Oito anos, esse cara
é um megalomaníaco, quer ser
imperador", respondam há quanto tempo Fidel Castro está no poder em Cuba e como uma instituição democrática como a UNE homenageou um ditador da América insular sem perguntar nada
àqueles que deveriam estar sendo
representados, nós, estudantes
(claro que perguntaram, provavelmente aos delegados das nossas faculdades que estiveram trocando tapas em BH e votaram
contra o voto direto)."
Ricardo Solís, 19 (via e-mail)
Vale tudo
"O leitor Joaquim Pereira (ed. de
2/8) acertou em cheio na maneira
como descreveu a atitude do rock,
que se encontra cada vez mais escassa nos anos 90. Mas eu acho
que o alienado é ele, principalmente quando ironiza o tecno.
Será que ele não vê que, na evolução do rock e do tecno, os dois vão
se encontrar e esse novo som vai
ter os pontos fortes de cada um?
A mistura de estilos vai ser cada
vez mais usada no próximo século, portanto temos de parar de ter
esses preconceitos e estar abertos
a todos os estilos."
Marcelo Kubli Vieira, 13 (São
Paulo, SP)
Rodeio na arena
"Estava eu assistindo ao "Flash", da
TV Bandeirantes (28/7), quando
ouvi a Rita Lee dizer que "o rodeio
é o lixo cultural do Brasil".
Defendo o rodeio como uma forma de expressão cultural da população interiorana, que, mesclado a
outros costumes e tradições, compõe o folclore brasileiro. Há de
lembrar que os rodeios geram
empregos e impostos, trazendo
benefícios à economia local.
Eu, que detesto o rock pregado
por Rita Lee e "similares", respeito
essa forma de expressão como um
componente importante da nossa
cultura. E parabenizo Marco Brasil, Rick e Renner por lembrarem
da receptividade das festas de rodeio a outros gêneros, não apenas
ao sertanejo e caipira. Disso, todo
o interior de SP é testemunha."
José Bortoli Filho, 21 (Ribeirão
Preto, SP)
Woodstock do além
"Eu estava louco para ter informações sobre o Woodstock 99, quando ouvi na TV que o festival tinha
acabado em violência e destruição. Fiquei chocado! Eles esqueceram o legado do Woodstock: paz e
amor. É um absurdo que shows de
confraternização acabem assim,
sem contar os casos de estupro,
trailers e equipamentos destruídos, pessoas feridas, um caos.
Agora os produtores vão pensar
duas vezes antes de realizar um
Woodstock. O que deveria simbolizar paz, amor e confraternização
acabou por simbolizar a violência
do fim do milênio."
Bruno Saruê, 15 (via e-mail)
Reintegração de preso
"Só para comentar "O que é reabilitação?" (ed. de 2/8), fiquei impressionada com um debate na
aula de redação do cursinho onde
estudo. Há cerca de cem alunos na
sala, e muitos defenderam idéias
como "Esses caras têm de morrer"
ou "Não é justo ver um pai de família morrer na fila do INPS e pagarmos para os bandidos serem
atendidos assim que necessitem".
A revolta foi grande, a maioria das
pessoas se tornou cruel em certos
momentos, foi de assustar a maneira como elas desejariam que os
presos fossem tratados. Eu penso
como a leitora: ocupação e trabalho ainda são a melhor forma de
reintegrar preso à sociedade."
Janaína César, 20 (Jundiaí, SP)
Folhateen: al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01202-900. Mande
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