São Paulo, Segunda-feira, 16 de Agosto de 1999
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Reflexões sobre MPB, pirataria de CDs e rodeio. Confira aqui e mande a sua opinião. Valem fax, e-mail ou cartinha!

MPB e fãs ingênuos
"Preconceito e ignorância musical traduzem a opinião dos leitores Ana Luiza Daltro, Antônio Carlos M. de Lima e Adriano Carvalho Pinto. Não há dúvida de que os anos 60 foram importantes para a música. Mas achar que só nessa década foram produzidas coisas boas é demonstração de ignorância e ausência de um conhecimento musical apurado. Quanto às "barulheiras" (punk e heavy metal), grande parte delas é mais importante do que os "gênios" Caetano e Gil. São sempre seus fãs e de MPB, em geral, que expressam tal opinião. Não conhecem nada além disso nem tentam conhecer por causa do "refinamento musical" (será que não é por isso que a nossa MPB não evolui?)."
Edson Nakamatu, 20 (Santo André, SP)

Pirataria de CDs
"Vi na Ilustrada uma propaganda da campanha contra a falsificação de CDs. Não é o caso, obviamente, de ir contra. Agora, para tentar reduzir os preços dos discos, onde estão Caetano, Milton, Herbert Vianna? Há lojas com CDs nacionais na faixa dos R$ 25. Então a "música popular" não é tão popular assim. E talvez a pirataria seja apenas a face mais visível das respostas -infelizes- à exclusão social do consumidor no país."
Caio Aguilar Fernandes, 33 (Ribeirão Preto, SP)

Reflexões não-radicais

"Com real espanto deparo-me, na ed. de 2/8, com um bem-intencionado Leonardo Bonagura, que intenta, por meio de perspicaz análise, defender o que estudantes um pouco mais esclarecidos conhecem como instituições partilhadas por partidos políticos. Concordo com as entidades que se deve, por exemplo, criticar a política externa norte-americana sempre que interferir nos interesses nacionais e apontar a falta de ética observada em nossos governantes.
Porém há um certo exagero nisso. Primeiro, deve-se ter voto direto. A maior luta em prol da democracia foi a "Diretas-Já", que visava a conquista do voto direto para o povo (sem delegados ou representantes indiretos). Mesmo insatisfeitos com a gestão atual, devemos respeitar a democracia; e não agitar ilegalidades totalitárias, que acabam em golpes dados por ditadores de direita (Getúlio Vargas) ou de esquerda (Fidel Castro).
Não faço parte de grupos políticos, mas sou como a maioria dos cidadãos não-radicais. Por que, em vez de discutir as arbitrariedades do embargo a Cuba, não são cobradas do Itamaraty posições mais fortes e de acordo com interesses da nação, sem aceitar imposições estrangeiras? E, para aqueles que dizem "Oito anos, esse cara é um megalomaníaco, quer ser imperador", respondam há quanto tempo Fidel Castro está no poder em Cuba e como uma instituição democrática como a UNE homenageou um ditador da América insular sem perguntar nada àqueles que deveriam estar sendo representados, nós, estudantes (claro que perguntaram, provavelmente aos delegados das nossas faculdades que estiveram trocando tapas em BH e votaram contra o voto direto)."
Ricardo Solís, 19 (via e-mail)

Vale tudo
"O leitor Joaquim Pereira (ed. de 2/8) acertou em cheio na maneira como descreveu a atitude do rock, que se encontra cada vez mais escassa nos anos 90. Mas eu acho que o alienado é ele, principalmente quando ironiza o tecno.
Será que ele não vê que, na evolução do rock e do tecno, os dois vão se encontrar e esse novo som vai ter os pontos fortes de cada um?
A mistura de estilos vai ser cada vez mais usada no próximo século, portanto temos de parar de ter esses preconceitos e estar abertos a todos os estilos."
Marcelo Kubli Vieira, 13 (São Paulo, SP)

Rodeio na arena
"Estava eu assistindo ao "Flash", da TV Bandeirantes (28/7), quando ouvi a Rita Lee dizer que "o rodeio é o lixo cultural do Brasil".
Defendo o rodeio como uma forma de expressão cultural da população interiorana, que, mesclado a outros costumes e tradições, compõe o folclore brasileiro. Há de lembrar que os rodeios geram empregos e impostos, trazendo benefícios à economia local.
Eu, que detesto o rock pregado por Rita Lee e "similares", respeito essa forma de expressão como um componente importante da nossa cultura. E parabenizo Marco Brasil, Rick e Renner por lembrarem da receptividade das festas de rodeio a outros gêneros, não apenas ao sertanejo e caipira. Disso, todo o interior de SP é testemunha."
José Bortoli Filho, 21 (Ribeirão Preto, SP)

Woodstock do além
"Eu estava louco para ter informações sobre o Woodstock 99, quando ouvi na TV que o festival tinha acabado em violência e destruição. Fiquei chocado! Eles esqueceram o legado do Woodstock: paz e amor. É um absurdo que shows de confraternização acabem assim, sem contar os casos de estupro, trailers e equipamentos destruídos, pessoas feridas, um caos. Agora os produtores vão pensar duas vezes antes de realizar um Woodstock. O que deveria simbolizar paz, amor e confraternização acabou por simbolizar a violência do fim do milênio."
Bruno Saruê, 15 (via e-mail)

Reintegração de preso

"Só para comentar "O que é reabilitação?" (ed. de 2/8), fiquei impressionada com um debate na aula de redação do cursinho onde estudo. Há cerca de cem alunos na sala, e muitos defenderam idéias como "Esses caras têm de morrer" ou "Não é justo ver um pai de família morrer na fila do INPS e pagarmos para os bandidos serem atendidos assim que necessitem".
A revolta foi grande, a maioria das pessoas se tornou cruel em certos momentos, foi de assustar a maneira como elas desejariam que os presos fossem tratados. Eu penso como a leitora: ocupação e trabalho ainda são a melhor forma de reintegrar preso à sociedade."
Janaína César, 20 (Jundiaí, SP)


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