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SAINDO DO FORNO
Jota Quest volta "ecológico"
Banda defende preservação da natureza em "Oxigênio"
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a música pop do Brasil copiasse a
idéia do futebol, que criou os clubes-empresas, o Jota Quest seria provavelmente a primeira "banda-empresa" do
pedaço.
Os caras, que lançam esta semana o
terceiro disco da carreira, "Oxigênio",
fecharam recentemente contrato milionário como garotos-propaganda de
uma marca de refrigerante e também
uma parceria com um megaportal de
Internet grátis.
"Não é questão de ter aproveitado
oportunidades que apareceram, a gente é que correu atrás delas", diz o guitarrista Marco Túlio.
"Oxigênio" sai de cara com uma tiragem digna de disco de dupla sertaneja:
500 mil cópias. E tem tudo para vender
bem mais do que isso. O álbum anterior, "De Volta ao Planeta", que tinha o
super-hit "Fácil", vendeu quase 800 mil
discos.
Para promover "Oxigênio", o Jota
Quest já tem agenda cheia até o Carnaval de 2002. "Vamos repetir o ritmo da
turnê anterior, quando chegamos a fazer 22 shows por mês", calcula o vocalista Rogério Flausino.
"A parada com a Fanta viabilizou um
investimento de US$ 500 mil em equipamento de som, luz e projeção de vídeo", diz Flausino. "Vai ser um show
tão bem produzido quanto esses do Zezé di Camargo e Daniel", acredita o rapaz. "É muito legal poder levar um espetáculo bacana para qualquer lugar,
qualquer feira agropecuária do país."
O novo CD tem como tema comum a
quase todas as letras a preservação da
natureza. "Começamos a perceber que
a galera presta muita atenção ao que a
gente fala nas músicas. Então, pensamos que já era hora de tomar posições,
de falar coisas com conteúdo. Isso sem
ser panfletário", diz Flausino.
A temática está também na capa do
disco. "A figura do homem pegando
fogo no meio de uma floresta representa a vingança da natureza", explica
Marco Túlio.
De "J. Quest", o primeiro disco, para
"Oxigênio", o que se percebe é que a
vocação para o funk e a disco music diminuíram muito.
"A gente sabe que é impossível agradar a todo mundo. Mas a gente gostaria
que, pelo menos, as pessoas entendessem que trabalhamos para caramba e
que fazemos um negócio sério e sincero", argumenta Flausino.
"A gente acredita no que faz", diz o
tecladista Márcio Buzelin. "Somos uma
banda de rock popular. Nunca foi nossa intenção pertencer a um gueto",
acrescenta ele.
Além dos shows ao vivo, que serão
muitos, a banda voltará a frequentar
programas de TV.
"Não dá para não fazer um bom
"playbackão" de vez em quando", diz o
vocalista, agora com cabelo cor de uva.
"Como é que você vai dizer não para o
programa do Raul Gil, por exemplo? O
cara é uma figura, se joga no chão de
terno. Daí, vale a pena ir lá e fingir que
está tocando", diz Marco Túlio.
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