São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2000


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SAINDO DO FORNO

Jota Quest volta "ecológico"


Banda defende preservação da natureza em "Oxigênio"

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL


Se a música pop do Brasil copiasse a idéia do futebol, que criou os clubes-empresas, o Jota Quest seria provavelmente a primeira "banda-empresa" do pedaço.
Os caras, que lançam esta semana o terceiro disco da carreira, "Oxigênio", fecharam recentemente contrato milionário como garotos-propaganda de uma marca de refrigerante e também uma parceria com um megaportal de Internet grátis.
"Não é questão de ter aproveitado oportunidades que apareceram, a gente é que correu atrás delas", diz o guitarrista Marco Túlio.
"Oxigênio" sai de cara com uma tiragem digna de disco de dupla sertaneja: 500 mil cópias. E tem tudo para vender bem mais do que isso. O álbum anterior, "De Volta ao Planeta", que tinha o super-hit "Fácil", vendeu quase 800 mil discos.
Para promover "Oxigênio", o Jota Quest já tem agenda cheia até o Carnaval de 2002. "Vamos repetir o ritmo da turnê anterior, quando chegamos a fazer 22 shows por mês", calcula o vocalista Rogério Flausino.
"A parada com a Fanta viabilizou um investimento de US$ 500 mil em equipamento de som, luz e projeção de vídeo", diz Flausino. "Vai ser um show tão bem produzido quanto esses do Zezé di Camargo e Daniel", acredita o rapaz. "É muito legal poder levar um espetáculo bacana para qualquer lugar, qualquer feira agropecuária do país."
O novo CD tem como tema comum a quase todas as letras a preservação da natureza. "Começamos a perceber que a galera presta muita atenção ao que a gente fala nas músicas. Então, pensamos que já era hora de tomar posições, de falar coisas com conteúdo. Isso sem ser panfletário", diz Flausino.
A temática está também na capa do disco. "A figura do homem pegando fogo no meio de uma floresta representa a vingança da natureza", explica Marco Túlio.
De "J. Quest", o primeiro disco, para "Oxigênio", o que se percebe é que a vocação para o funk e a disco music diminuíram muito.
"A gente sabe que é impossível agradar a todo mundo. Mas a gente gostaria que, pelo menos, as pessoas entendessem que trabalhamos para caramba e que fazemos um negócio sério e sincero", argumenta Flausino.
"A gente acredita no que faz", diz o tecladista Márcio Buzelin. "Somos uma banda de rock popular. Nunca foi nossa intenção pertencer a um gueto", acrescenta ele.
Além dos shows ao vivo, que serão muitos, a banda voltará a frequentar programas de TV.
"Não dá para não fazer um bom "playbackão" de vez em quando", diz o vocalista, agora com cabelo cor de uva. "Como é que você vai dizer não para o programa do Raul Gil, por exemplo? O cara é uma figura, se joga no chão de terno. Daí, vale a pena ir lá e fingir que está tocando", diz Marco Túlio.


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