São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

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02 Neurônio

Jô Hallack, Nina Lemos, Raq Affonso
02neuronio@uol.com.br

As mulheres e suas lembranças

MULHERES ADORAM guardar coisas. O primeiro bilhete. A primeira foto. A recordação do primeiro fora. Mas uma senhorinha em São Paulo exagerou. Na semana passada, uma denúncia botou a par o que os vizinhos falavam há tempos: a casa dela estava com um cheiro horrível! Quando entraram lá, encontraram muito, muito lixo. Tanto lixo, que ela nem cabia na casa. Tinha que dormir num Fiat 147 do filho!
A tal senhorinha, que mora no Itaim Bibi, um bairro de classe média alta de São Paulo, sai na calada da noite pra dar uma geral no lixão. As coisas interessantes, ela catava e botava dentro da casa. Restos de comida, obras de arte, sofás vermelhos....tudo valia para a mulher.
Ela ficou possuída quando soube que iam jogar suas lembranças fora! Afinal, eram seus objetos pessoais! Suas coisinhas! Daí ficamos pensando. Se a Vigilância Sanitária das Lembranças batesse lá em casa, o que jogaríamos fora? E o que ficaria para o Baú dos Herdeiros?
* Cartas dos ex... Vigilância!
* Bilhetes dos pretês da noite... Baú!
* Lingerie velha... Vigilância!
* Diários... Vigilância!
* Contas vencidas... Vigilância!
* Fotos velhas da gente pagando mico... Vigilância!
* Dinheiro... Baú!
* Esperança na humanidade... Baú!
* Cartas bizarras que nós mesmas escrevemos e nunca enviamos... Baú!
Na verdade, preferimos ficar com tudo mesmo. Está certo que, quando remexemos nosso bauzinho, podemos acabar sofrendo de melancolia e nostalgia ao nos depararmos com uma carta escrita "juntos para sempre". Mas calma aí! Nosso passado é nosso e ninguém tasca. Hum... a lingerie velha pode ir para o lixo.

Momento de histeria

O baú da felicidade não existe


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