São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2005

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NASCE UM VILÃO

Adolescentes fãs da saga de George Lucas contam como anda a expectativa para a estréia de 19 de maio

Cabeça nas estrelas

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles nem tinham nascido quando estreou, em 1977, o primeiro episódio de "Guerra nas Estrelas". Mesmo assim, influenciados por pais, tios e irmãos mais velhos, tornaram-se hoje verdadeiros fãs da saga de George Lucas e mal conseguem esperar para ver o último e decisivo episódio 3, "A Vingança dos Sith".
A vida de um adolescente fã dos cavaleiros Jedi pode ser solitária no mundo real, mas é cheia de amigos quando o tema são fóruns de discussão e listas de e-mail e sites que fornecem "spoilers" -informações divulgadas antes de um filme estrear e que estragam ("spoil", em inglês) a surpresa.
Augusto Chierice Venerando da Silva, 13, teve seu primeiro contato com o universo "Star Wars" ao ser levado pela irmã mais velha para assistir a "Ameaça Fantasma", em 1999. "É difícil encontrar jovens da minha idade que gostem, porque a maioria dos fãs assistiu aos filmes quando foram lançados, nos anos 70 e 80. Na escola, nenhum amigo meu gosta", diz.
O fanatismo da mãe de Milena da Rocha, 16, contaminou o gosto da estudante. "Desde que eu sou criança, tem esse negócio de "Star Wars". Acho que desde antes de eu nascer minha mãe participa desse grupo de fãs, o Esquadrão Ford", diz.
"Acho que a saga deveria ser mais divulgada. Tenho amigos meus que gostam porque acompanham desde criança. Você cresce com isso", diz Milena, que evita de todas as maneiras as informações divulgadas em "spoilers". "Se chega e-mail eu deleto; se alguém fala, digo para ficar quieto."
Há quem diga que esses "spoilers" são plantados na internet pelo próprio estúdio que lança o filme. "É difícil de evitar os "spoilers". Gosto de assistir a traileres na internet e acabo vendo várias fotos. Já vi a Amidala morta, o Anakin pronto para virar Darth Vader, o Yoda lutando... mas acho que eles colocam de propósito, pois as fotos têm qualidade de oficiais. Fica claro que são eles que deixam vazar como divulgação", explica o estudante Kim Doria, 17, que tem como preferido da saga o episódio 5.
"Já assisti a cada filme umas quatro vezes. Gosto mais de "O Império Contra-Ataca" porque não é o George Lucas que dirige. Ele é um péssimo diretor de atores. É o filme mais emocionante e dramático; as coisas dão errado e não têm final feliz. O que eu menos gosto é "O Ataque dos Clones", apesar de gostar bastante do Ewan McGregor e de a trilha sonora ser muito boa."
Júlia Nogueira Souto, 17, começou a entrar de cabeça no fanatismo por "Star Wars" quando o pai dela a levou para assistir à versão remasterizada de "O Retorno de Jedi", em 1997. "Não entendi bem, porque não tinha muita idade. Depois, eu e meus primos vimos os episódios 4 e 5; foi muito legal. O número de vezes que vi é incontável, pois comprei os vídeos e via sem parar durante uns três meses. Gosto mais de "O Retorno de Jedi", porque adoro a trilha sonora e porque foi o primeiro que eu vi... ficou no meu coração."

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