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MÚSICA
O havaiano Jack Johnson lança no Brasil seu novo CD, "In Between Dreams", e conta como trocou a câmera pelo violão
Surfe e violão
DA REPORTAGEM LOCAL
Aos 29 anos, Jack Johnson leva uma
vida que poderia ser o sonho de
muito adolescente. Nasceu no Havaí, foi surfista de elite, dirigiu filmes de
surfe e agora, com um violão embaixo do
braço, lidera o trio que leva seu nome e lança no Brasil o terceiro álbum, "In Between
Dreams". Jack nasceu no litoral norte da
ilha de Oahu, onde ainda convive todos os
dias com os maiores surfistas do planeta.
Até os 17, ele próprio era um deles e chegou
até a ser patrocinado por grandes marcas.
Mas encarar as ondas radicais do Havaí
era pouco. Então, ao lado dos amigos, os irmãos surfistas Chris e Emmett Malloy, Jack
passou a registrar as manobras de gente como Rob Machado e Kelly Slater com uma
câmera de 16 mm, como contou por telefone ao Folhateen, de Perth, na Austrália, onde passa com a turnê desse seu novo CD.
"Aprendi a tocar violão quando tinha 14
anos, na mesma época em que um amigo
meu começou. A primeira música que
aprendi foi "Father and Son", de Cat Stevens. Mas comecei a fazer música somente
para servir de trilha para meus filmes",
conta Jack, que tem dois DVDs em seu currículo: "Thicker Than Water", que recebeu
o prêmio de vídeo do ano da revista "Surfer", e "The September Sessions", premiado no festival de filmes da ESPN.
"Ter crescido no Havaí foi muito bom,
pois é um lugar onde muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. Há as praias e todos
os maiores surfistas do mundo o tempo todo. Não sei se a minha música serve apenas
para ser ouvida na praia, mas, com certeza,
é um ótimo local para escutá-la, pois o mar
serve de inspiração para minhas canções."
Mas nesse último disco, segundo ele, as
músicas não foram necessariamente compostas à beira-mar. "Escrevi muitas das faixas nas turnês que fiz pelo mundo. Carrego
comigo uma pequena mesa de gravação e
já coloco minhas idéias antes de gravá-las."
A gravação do disco não poderia ter sido
mais "na boa", em um estúdio nos fundos
da casa dele no Havaí. "Nos intervalos, íamos à praia e fazíamos churrasco."
O disco conta com a participação de Dan
Nakamura, também conhecido como o
produtor Automator, um dos caras por trás
do projeto Gorillaz. Mas Jack gostaria mesmo de uma voz feminina em seu futuro trabalho. "Adoraria gravar com a Norah Jones. Provavelmente nunca trabalharemos
juntos, mas ela tem uma voz incrível", afirma. (LEANDRO FORTINO)
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