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ENCONTRO
Jovens discutem suas prioridades em Marrocos
O futuro é agora
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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João Felipe Scarpelini (à esq.) e as jovens que representam o Brasil na cúpula |
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
O lugar-comum que diz que os jovens
são o futuro da nação e do mundo é
cada vez mais posto em xeque pela própria juventude. Quase todo mês se realizam seminários, cúpulas e congressos
internacionais juvenis para a discussão e
a proposição de medidas que promovam
o desenvolvimento e a ação de jovens
agora, e não num futuro qualquer.
É isso o que está rolando desde sábado
em Casablanca, em Marrocos, durante a
Cúpula Mundial da Juventude, encontro
organizado pela ONU.
Com o tema "Promovendo tolerância,
solidariedade e protagonismo juvenil
para o desenvolvimento sustentável", a
cúpula reúne mais de mil jovens, de 15 a
25 anos, vindos de várias partes do mundo. Ao final do encontro, será redigida a
Declaração de Casablanca -documento
que conterá as prioridades da juventude
e suas metas pontuais-, que será entregue ao secretário-geral da ONU, Kofi
Annan.
Do Brasil, partiu para Marrocos uma
delegação de dez jovens organizada por
João Felipe Scarpelini, 17. "Quando soube da cúpula, descobri que não havia delegação do Brasil no evento. Mandei um
e-mail para os organizadores, que me
pediram para que formasse uma delegação sozinho", conta Felipe. "Normalmente, o jovem não é levado tão a sério.
Sempre há um adulto na retaguarda, responsável por tudo. Aqui, nós nos organizamos sem a participação de nenhum
adulto", comemora. Felipe teve de conseguir patrocínio para dez passagens aéreas e de selecionar jovens de todo o Brasil que atuavam em ONGs de diferentes
áreas.
"Realizamos uma série de pré-conferências em todas as regiões do país para
conhecer os problemas específicos de cada lugar. Somos dez na delegação, mas
estamos representando 34 milhões de jovens brasileiros."
Até o dia 28/8, os delegados de todos os
países vão debater, apresentar propostas
e passar por uma experiência prática de
cinco dias, nos quais viajarão para diferentes regiões de Marrocos e tomarão
parte em projetos já em andamento. "Os
projetos vão de cavar poços artesianos
no deserto a campanhas de prevenção à
Aids. É uma maneira legal de construirmos não só idéias mas também melhorias concretas."
"Todos queremos mudar o mundo. E a
cúpula vai mostrar que isso é possível.
Vamos organizar pós-conferências no
Brasil para tirar as metas da Declaração
de Casablanca do papel e transformá-las
em ações. Não somos o futuro da nação.
Somos o presente."
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