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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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ENCONTRO

Jovens discutem suas prioridades em Marrocos

O futuro é agora

Eduardo Knapp/Folha Imagem
João Felipe Scarpelini (à esq.) e as jovens que representam o Brasil na cúpula


FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

O lugar-comum que diz que os jovens são o futuro da nação e do mundo é cada vez mais posto em xeque pela própria juventude. Quase todo mês se realizam seminários, cúpulas e congressos internacionais juvenis para a discussão e a proposição de medidas que promovam o desenvolvimento e a ação de jovens agora, e não num futuro qualquer.
É isso o que está rolando desde sábado em Casablanca, em Marrocos, durante a Cúpula Mundial da Juventude, encontro organizado pela ONU.
Com o tema "Promovendo tolerância, solidariedade e protagonismo juvenil para o desenvolvimento sustentável", a cúpula reúne mais de mil jovens, de 15 a 25 anos, vindos de várias partes do mundo. Ao final do encontro, será redigida a Declaração de Casablanca -documento que conterá as prioridades da juventude e suas metas pontuais-, que será entregue ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
Do Brasil, partiu para Marrocos uma delegação de dez jovens organizada por João Felipe Scarpelini, 17. "Quando soube da cúpula, descobri que não havia delegação do Brasil no evento. Mandei um e-mail para os organizadores, que me pediram para que formasse uma delegação sozinho", conta Felipe. "Normalmente, o jovem não é levado tão a sério. Sempre há um adulto na retaguarda, responsável por tudo. Aqui, nós nos organizamos sem a participação de nenhum adulto", comemora. Felipe teve de conseguir patrocínio para dez passagens aéreas e de selecionar jovens de todo o Brasil que atuavam em ONGs de diferentes áreas.
"Realizamos uma série de pré-conferências em todas as regiões do país para conhecer os problemas específicos de cada lugar. Somos dez na delegação, mas estamos representando 34 milhões de jovens brasileiros."
Até o dia 28/8, os delegados de todos os países vão debater, apresentar propostas e passar por uma experiência prática de cinco dias, nos quais viajarão para diferentes regiões de Marrocos e tomarão parte em projetos já em andamento. "Os projetos vão de cavar poços artesianos no deserto a campanhas de prevenção à Aids. É uma maneira legal de construirmos não só idéias mas também melhorias concretas."
"Todos queremos mudar o mundo. E a cúpula vai mostrar que isso é possível. Vamos organizar pós-conferências no Brasil para tirar as metas da Declaração de Casablanca do papel e transformá-las em ações. Não somos o futuro da nação. Somos o presente."



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