São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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Balão

Samurai punk

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

"Depois do Tom Cruise, parece que até o Victor Fasano vai posar de mestre em artes marciais." Não é piada: 2004 tem tudo para ser o ano do samurai.
A frase acima é do diretor editorial da Conrad, Rogério de Campos, que, apesar de seu "Vagabond" nas bancas, decidiu aproveitar o bom momento do gênero para colocar mais um espadachim no mercado: "Blade: a Lâmina do Imortal".
Antes de torcer o nariz -"Ah, não gosto dessas coisas de luta" etc. etc.-, vale dizer que nem o próprio autor do mangá, Hiroaki Samura, segue à risca os séculos de tradição das histórias de samurai. Sem nunca ter empunhado uma katana ou coisa parecida, seus personagens deixam o blablablá de honra, lealdade e sabedoria de lado e partem para a porrada ao "som" de Sex Pistols, Black Sabbath e cia. Sério: tem um vilão chamado Jony Uofotsu, e outro, Shido Hishiyasu -respectivamente e em bom japonês, Johnny Rotten e Sid Vicious.
A trama também não é das mais politicamente corretas. Só depois de acabar com a vida de uma penca de inocentes é que a ficha do herói Manji cai, e ele resolve passar para o outro lado, matando então uma penca de malfeitores.
No melhor estilo Tarantino (ainda que o mais justo seja dizer que é Tarantino quem presta homenagem às sagas de espada japonesas), cabeças vão rolar. Se você for menor de 12 anos, esqueça. Caso contrário, boa diversão.

balao@folha.com.br


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