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Balão
Samurai punk
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Depois do Tom Cruise, parece que até
o Victor Fasano vai posar de mestre
em artes marciais." Não é piada: 2004
tem tudo para ser o ano do samurai.
A frase acima é do diretor editorial da
Conrad, Rogério de Campos, que, apesar
de seu "Vagabond" nas bancas, decidiu
aproveitar o bom momento do gênero
para colocar mais um espadachim no
mercado: "Blade: a Lâmina do Imortal".
Antes de torcer o nariz -"Ah, não
gosto dessas coisas de luta" etc. etc.-,
vale dizer que nem o próprio autor do
mangá, Hiroaki Samura, segue à risca os
séculos de tradição das histórias de samurai. Sem nunca ter empunhado uma
katana ou coisa parecida, seus personagens deixam o blablablá de honra, lealdade e sabedoria de lado e partem para a
porrada ao "som" de Sex Pistols, Black
Sabbath e cia. Sério: tem um vilão chamado Jony Uofotsu, e outro, Shido Hishiyasu -respectivamente e em bom japonês, Johnny Rotten e Sid Vicious.
A trama também não é das mais politicamente corretas. Só depois de acabar
com a vida de uma penca de inocentes é
que a ficha do herói Manji cai, e ele resolve passar para o outro lado, matando então uma penca de malfeitores.
No melhor estilo Tarantino (ainda que
o mais justo seja dizer que é Tarantino
quem presta homenagem às sagas de espada japonesas), cabeças vão rolar. Se
você for menor de 12 anos, esqueça. Caso
contrário, boa diversão.
balao@folha.com.br
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