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BIENAL DO LIVRO
Autor de "Artemis Fowl" falará sobre sua série no evento
"Eu acredito em mistérios"
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
"É um "Duro de Matar" com fadas." Assim definiu o escritor
irlandês Eoin (pronuncia-se Owen)
Colfin, 38, a sua série "Artemis
Fowl", que o transformou, quase
como em um passe de mágica, de
um pacato professor de crianças deficientes para um dos escritores
mais bem-sucedidos da literatura
infanto-juvenil hoje.
Os três livros (o auto-intitulado
primeiro, mais "Uma Aventura no
Ártico" e "O Código Eterno") narram as aventuras do gênio do crime
de 12 anos que usa e abusa de alta
tecnologia e golpes em seres fantásticos para levar vantagem em tudo.
A imagem de anti-herói de Artemis fez soar a luz vermelha de guardiões da moralidade, mas os leitores
não foram atrás: a série já vendeu 4
milhões de livros desde 2001 e a produtora Miramax prepara um filme
para ser lançado no ano que vem.
E Artemis, como Colfin explica na
entrevista que concedeu à Folha,
não é tão do mal assim. Já vem ficando menos marrento, como
ocorre no livro mais recente, mas
ainda não quer seguir o lema "o crime não compensa".
Em uma pausa na preparação do
próximo livro do personagem (que
assim quebra a promessa de ser
apenas uma trilogia), com lançamento previsto para o ano que vem,
Colfin falará sobre as fadas e outros
seres imaginários no próximo dia
21, na Bienal do Livro de São Paulo,
onde lança um conto baseado no
personagem, chamado "O Sétimo
Anão". O libreto de 70 páginas será
distribuído gratuitamente no evento pela editora Record. Leia a seguir
trechos da entrevista com o escritor.
Folha - Como o sr. teve a idéia de
criar Artemis Fowl? O personagem foi
sendo desenvolvido desde os seus
primeiros livros como "The Wish List"
e a série "Benny"?
Eoin Colfer - Eu acho que sim, uma
mesma linha vinha sendo seguida
desde então, já que todos os meus
personagens não são heróis tradicionais. São pessoas com falhas, e é a
maneira que, para mim, é a mais
verdadeira. Não são seres perfeitos,
mas com o decorrer da trama se tornam pessoas melhores.
Folha - O sr. era professor, mas a série não tem preocupação em ser educativa, pelo menos não no sentido
tradicional. Não é uma contradição?
Colfer - Eu não concordo. Acho
que o livro é educativo como qualquer outro. O vocabulário não é primário, a história tem ritmo, mantém a garotada presa nela. Uma coisa que eu aprendi como professor é
que é difícil fazer os jovens lerem. E
os livros têm uma mensagem moral
forte, já que, se os personagens não
tomam a decisão certa, as coisas não
acabam bem.
Folha - Como está indo a adaptação
para o cinema de "Artemis Fowl"?
Colfer - A terceira versão do roteiro
foi feita e eu vou dar a minha opinião. O ator só deverá ser escolhido
quando estiver pronto porque, se
eles anunciarem algum nome agora,
ele poderá ficar velho para o papel.
Folha - O sr. acredita em fadas?
Colfer - Não sei exatamente. Acho
que há coisas que ainda não foram
bem explicadas. Se as fadas existem,
elas não devem ser como aparecem
em meu livro. Eu acredito em mistérios, como aliens. Gostaria que eles
aparecessem um dia desses.
PALESTRA COM EOIN COLFER. Quando:
21/4, às 15h. Onde: Bienal do Livro de São
Paulo (Centro de Exposições Imigrantes,
rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Água
Funda, São Paulo, tel. 0/xx/11/4689-3100).
Quanto: R$ 8 (estudantes com carteirinha
pagam meia).
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