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CARTAS
Leitores protestam contra o fechamento dos bares à 1h, o fim da musical, a carteirinha da UNE etc.
"Sociedade deficiente"
"Quero parabenizar o Folhateen
pela reportagem sobre os jovens
portadores de deficiência. Pude
constatar que existe lei protegendo o deficiente, seja ele jovem ou
não. Portanto o que falta é uma
sociedade preparada para colocar
em prática essa lei. Os deficientes
querem estudar e não há meios
para que eles possam desenvolver
seus dons. Com certeza nossa sociedade é muito mais deficiente. É
cega, pois não vê que existe uma
legião significativa de jovens deficientes que querem ser reconhecidos como cidadãos. É surda,
pois não ouve os apelos deles por
mais respeito. A sociedade precisa se adequar aos deficientes, e
não estes à sociedade. O Brasil necessita de pessoas conscientes e
que estejam prontas para defender os direitos desses cidadãos."
Angela Ap. de Souza Magalhães (Presidente Prudente, SP)
Grande Rosa
"A matéria "Ser Miguilim é se descobrir na cidade do coração" (ed.
de 5/7) foi uma das mais emocionantes que eu li na Folha. É bom
saber que há pessoas que ainda se
deixam envolver pelo maior escritor da língua portuguesa, que se
apaixonam por sua obra e que
usam a grandiosidade de Guimarães Rosa para ser livres."
Camila Rodrigues, 19 (São Paulo, SP)
UNE e as carteirinhas
"Vocês que escrevem o Folhateen
deveriam ter um espaço maior,
sei que deve ser difícil, mas imaginem-se como um leitor que espera uma semana para poder obter
novas informações. Às vezes nem
o caderno inteiro contém tudo
aquilo que precisamos.
O caso da UNE e das nossas carteirinhas é mais uma novela que
vai dar em nada. A UNE, que seria
a União Nacional dos Estudantes,
não nos representa como deveria,
fomos usados e pensamos ter
conquistado direitos na década
de 60, pura utopia, olhem as mensalidades. Onde está o pessoal da
UNE e aquele ex-cara-pintada
que agora é deputado federal?
Quero agradecer o espaço dado
aos jovens, um dos poucos."
Fábio de Oliveira, 22 (São Paulo,
SP)
500 anos de invasão
"Concordo com o leitor Mário
Abarrici Jr. (ed. de 5/7), nós não
temos nada para comemorar no
próximo dia 22 de abril. Devemos
é protestar. Ele deu uma explicação histórica e fundamentada,
mas eu gostaria de ser simples.
Como para muitos não passo de
uma criança, darei uma explicação bem infantil: num belo dia,
você está em sua casa, acomodado
com sua situação, quando chegam várias pessoas que você nunca viu antes. Elas se passam por
boas pessoas, agradam a você, viram hóspedes. Com o passar do
tempo, elas trazem mais pessoas,
começam a se achar donas da sua
casa e botam você trabalhando
para elas. Depois de 500 anos, seus
sucessores vão comemorar a chegada deles, ou melhor, a invasão?
Acho que toda essa história é fruto
de uma "midiotia" que aliena. Basta de "globolização'!"
Rafael Bezerra Feitosa, 14 (Recife, PE)
"100% Paralamas"
"Admiro muito o trabalho do Paralamas do Sucesso. Já que foram
realizados bate-papos com o Engenheiros do Hawaii e o Capital
Inicial, gostaria de saber se os Paralamas também estão escalados
ou se vão ser entrevistados. Brevemente eles lançarão o acústico, foi
isso que me fez mandar esse e-mail. O programa acústico do Paralamas vai ao ar no dia 29/7."
Felipe Bellentani Cabral de Oliveira, 16 (via e-mail)
Toque de recolher
"Nos bares, há 110 mil empregados. Se 50% deles são demitidos,
serão 55 mil desempregados, segundo dados levantados por sindicato da área. Com uma proposta que está parecendo mais com o
antigo toque de recolher, o deputado Jooji Ratão, com o apoio do
Celso Pittanic, que sancionou na
semana passada uma lei absurda
que visa "diminuir a violência na
cidade de SP", fechando os bares à
1h. Aí pergunto: será que parando
de beber à 1h os "violentos beberrões" deixarão de praticar atos de
violência? Acorda Ratão! A vida é
bela! Quem vive de sonho não
atinge meta. Vocês, leitores,
acham que essa lei ajuda em alguma coisa? Ajuda os pais de família
a perder seus empregos, ajuda o
povo a comprar um "goró" durante o dia e tomar à noite, ajuda a
sair pela rua bebendo e dirigindo
ou enchendo a cara andando mesmo. Ah, ajuda também os fiscais
super-honestos a ganhar o pão (e
que pãozão) de cada dia. Tomara
que eu esteja enganado!"
Leandro Ledg, 19 (São Paulo,
SP)
Pela volta da Musical
"Não existe na sociedade atual
uma infra-estrutura que permita
aos jovens de periferia acesso à
cultura, e as autoridades pouco se
importam com isso. Esses jovens
tentam encontrar entretenimento
em lugares errados e geralmente
são conduzidos por esses entretenimentos às drogas, à criminalidade e a outros caminhos capazes
de destruir futuros promissores.
Mas só o fato de termos jovens totalmente desinteressados pelo seu
meio social já é comprometedor.
Nos países desenvolvidos, o alto
padrão de vida foi adquirido graças a manifestações populares que
utilizam seus poderes democráticos e lutam pelos seus direitos.
Para aderir a esses movimentos, é
preciso ter consciência da sua situação e de que é possível reverter
esse quadro. A massa popular do
Brasil não teve consciência de que
tinha em suas mãos esse poder.
Será que os seus filhos, que representam o futuro da nação, terão
esse conhecimento?
Quero dizer que a TV influencia
as pessoas até demais. Noto que a
cada dia meu país piora. Vejo o
Brasil como uma construção com
o alicerce podre, todos moram
embaixo dessa laje e não fazem
nada para consertar, adaptam-se
a esse quadro alarmante. Sem poder fazer muita coisa sozinho, fico
esperando tudo desmoronar.
Grande homem foi Raul Seixas
que dizia: "Quem dera eu fosse
burro! Assim não sofreria tanto."
Estou revoltado com o fim da rádio que transmitia por meio da
música popular brasileira (MPB)
cultura aos jovens como eu, que a
ouvia toda noite. Sinto muito
mesmo pelo repentino fechamento da Musical FM (105,7) e deixo
sinceros votos de que os responsáveis voltem atrás, e a rádio volte a
espalhar cultura pelo Brasil!"
Felipe Simões, 14, e Gilson,14,
estudantes e presidentes da
companhia teatral Arte & Cultura (via e-mail)
"Que domingão!"
"A programação aos domingos
nas principais emissoras está de
parabéns. Nesse dia, não resta
mais nada a não ser ler a Folha,
pois iniciamos o domingo com
uma descarga de programação
sertaneja, depois vem a amargura
e indigestão da Xuxa. Para seguir
com a azia, temos Sandy e Júnior,
Amigos e, para completar o domingo indigesto, há os programas
do Faustão, do Gugu, do Silvio
Santos e demais porcarias, os lixos culturais que bombardeiam a
cabeça dos jovens.
Falta criatividade às emissoras
para transmitir uma programação boa, um bom filme, um programa que conte histórias, casos,
mas não como nas novelas e nos
programas de auditório. Um pouco menos de padre Marcelo também é bom. Isso sem falar na concorrência pela audiência, que coloca no ar, em pleno domingo, do
meio-dia em diante, mulheres na
piscina do Gugu mostrando tudo.
Não sou contra, mas há crianças
assistindo. Na minha opinião, o
domingo é uma porcaria."
Marcelo C. Giglio (Ibitinga, São
Paulo)
Folhateen: al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01202-900. Mande
nome completo, idade, endereço e telefone.
E-mail: Folhateen@uol.com.br
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