|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rock erudito do Pará
TEENS TOCAM VIOLONCELO COMO INSTRUMENTO DE ROCK
IURI DE CASTRO TÔRRES
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM
Os doze adolescentes da
Orquestra Juvenil de Violoncelistas da Amazônia entoaram acordes do compositor
barroco Johann Sebastian
Bach na abertura da segunda
noite do festival Conexão Vivo (12), em Belém (PA).
Até aí, tudo bem. Mas a virada para o clássico do rock
"Kashmir", do Led Zeppelin,
causou espanto.
Comandados pelo professor Áureo de Freitas, desde
1998 esses jovens têm na orquestra uma oportunidade
de aprender um instrumento
clássico. E de graça.
No entanto, as apresentações sempre viram um show
de rock, já que são os alunos
que escolhem o repertório.
"Todos sabem ler partituras e ensaiam repertório erudito, mas não tem jeito: são
roqueiros", diz Freitas, que
teve de aprender músicas como "Master of Puppets", do
Metallica, e "Let It Be", dos
Beatles, na marra.
Algumas partituras são semelhantes às usadas pela banda de violoncelos finlandesa Apocalyptica.
Antes de entrar na orquestra, Rodolfo Monteiro, 16,
queria tocar trompete, mas o
violoncelo o conquistou.
Os meninos, que têm entre
12 e 17 anos, ensaiam diariamente na Escola de Música
da UFPA (Universidade Federal do Pará), mantenedora
do projeto Cordas da Amazônia.
"Estamos na terceira geração", conta Freitas, que também tem projeto para jovens
com TDAH (transtorno do deficit de atenção com hiperatividade). "Alguns ex-alunos
tocam na Europa."
Gustavo Borges, 15, começou a tocar aos 11 anos e gosta de música erudita. Mas admite: "O público vibra mesmo quando tocamos rock."
O jornalista IURI DE CASTRO TÔRRES
viajou a convite do
Conexão Vivo
Texto Anterior: Sexo & Saúde - Jairo Bouer: Meu namorado tem feridas ali. É traição? Próximo Texto: Tênis-maníacos Índice
|