São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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Rock erudito do Pará

TEENS TOCAM VIOLONCELO COMO INSTRUMENTO DE ROCK

IURI DE CASTRO TÔRRES
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM

Os doze adolescentes da Orquestra Juvenil de Violoncelistas da Amazônia entoaram acordes do compositor barroco Johann Sebastian Bach na abertura da segunda noite do festival Conexão Vivo (12), em Belém (PA).
Até aí, tudo bem. Mas a virada para o clássico do rock "Kashmir", do Led Zeppelin, causou espanto.
Comandados pelo professor Áureo de Freitas, desde 1998 esses jovens têm na orquestra uma oportunidade de aprender um instrumento clássico. E de graça.
No entanto, as apresentações sempre viram um show de rock, já que são os alunos que escolhem o repertório.
"Todos sabem ler partituras e ensaiam repertório erudito, mas não tem jeito: são roqueiros", diz Freitas, que teve de aprender músicas como "Master of Puppets", do Metallica, e "Let It Be", dos Beatles, na marra.
Algumas partituras são semelhantes às usadas pela banda de violoncelos finlandesa Apocalyptica. Antes de entrar na orquestra, Rodolfo Monteiro, 16, queria tocar trompete, mas o violoncelo o conquistou.
Os meninos, que têm entre 12 e 17 anos, ensaiam diariamente na Escola de Música da UFPA (Universidade Federal do Pará), mantenedora do projeto Cordas da Amazônia.
"Estamos na terceira geração", conta Freitas, que também tem projeto para jovens com TDAH (transtorno do deficit de atenção com hiperatividade). "Alguns ex-alunos tocam na Europa."
Gustavo Borges, 15, começou a tocar aos 11 anos e gosta de música erudita. Mas admite: "O público vibra mesmo quando tocamos rock."

O jornalista IURI DE CASTRO TÔRRES viajou a convite do Conexão Vivo


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