São Paulo, segunda, 21 de setembro de 1998

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Pichação é diversão dos manos

da Reportagem Local

Numa região sem opções de lazer, aventurar-se pela cidade para pichar acaba sendo o programa preferido por grande parte dos jovens do Jardim Ângela.
"Quanto mais proibido e difícil o local mais adrenalina a gente sente", diz o motoboy Psicose, 24.
Há várias turmas no bairro, como The Dogs, The Kaguetas, Os 7 Boys, Os + que Todos, Os Passa Fome e As Gurias. Nas madrugadas de sexta e sábado, chegam a pegar três ônibus para chegar ao outro extremo da cidade, a zona leste. "A gente vai parando e pichando tudo que encontra. A gente vai dar "pixo' em outras áreas para expandir nosso território", diz um dos Dogs.
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Grafite lucrativo O grafite passou a ser um negócio lucrativo para vários ex-pichadores do bairro, que decoram motos, carros e fachadas do comércio local.
Valter de Oliveira, 23, o Vavá, é um dos mais conhecidos. Cobra R$ 100 para pintar o tanque de uma moto. "Chego a fazer cinco por mês." Os desenhos preferidos são personagens de desenho animado", diz o grafiteiro.
Jeferson dos Santos, 19, autor do grafite da camionete que aparece no clipe "Diário de um Detento", dos Racionais, chega a faturar R$ 2.000 por mês.
"A moda começou na periferia e já está crescendo pela cidade. Chego a fazer dez motos por mês e pinto até barcos", diz ele.



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