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folhateen explica
Fundação cria fórmula para medir índice de vulnerabilidade ao crime
Por que algumas regiões trazem mais riscos para jovens?
ALESSANDRO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo mundo sabe que algumas regiões das
grandes cidades podem ser mais perigosas
para viver. Agora, a Fundação Seade (Sistema
Estadual de Análise de Dados) desenvolveu
uma fórmula matemática para identificar regiões da cidade de São Paulo onde os jovens
estão mais expostos ao "convite" do crime.
Com isso, ficou mais fácil definir onde fazer
investimentos públicos em áreas sociais.
O indicador inédito, batizado de IVJ (Índice
de Vulnerabilidade Juvenil), é resultado do
cruzamento de seis fatores (variáveis) considerados importantes no cenário que favorece
a delinquência (veja quadro), entre eles a renda das famílias, se o lugar cresceu desordenadamente e se tem muitos jovens.
Cada um dos 96 distritos de São Paulo acumulou pontos em um ranking que reúne cinco grupos de "risco de contaminação", do
menor para o maior, definidos pela pesquisadora Felícia Reicher Madeira, diretora-adjunta de análise econômica da Seade.
A menor região de vulnerabilidade, o grupo
1, pega o centro de São Paulo, onde vivem
48.882 mil jovens de 15 a 19 anos -ou 4,9%
da população paulistana nessa faixa etária. O
Jardim Paulista é o destaque dessa área, com a
menor pontuação no IVJ. Apresenta taxa negativa de crescimento anual, menor concentração de jovens da capital, de mães adolescentes grávidas, baixa concentração de homicídios e elevado rendimento familiar.
Na outra extremidade, considerada de risco
máximo, estão os 336,1 mil jovens -34% dos
jovens da capital- que moram em Marsilac,
que acumulou mais pontos entre os 96 distritos avaliados. Reúne os chefes de família mais
pobres de São Paulo, elevada concentração de
jovens, alto número de mães adolescentes
grávidas, elevada taxa de homicídios e grande
número de garotos fora da escola. ""O índice
sobrepõe as situações de vulnerabilidade",
afirma Felícia.
A pesquisadora diz que incluiu a variável
"mães que engravidaram na juventude" por
entender que esse fato pode comprometer o
futuro delas. Ficou de fora o item desemprego,
porque, segundo ela, não existem dados confiáveis por distritos da capital.
Mas viver em uma região de risco máximo
não significa, obrigatoriamente, tornar-se criminoso, porque há outros fatores que influenciam a opção.
Agora, a Seade está analisando cada um dos
distritos da capital para compor um mapa menor das regiões de risco, mostrando onde estão os bolsões de pobreza da cidade.
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