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GAME ON
Games não têm nada a ver com violência
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Você deve ter lido nesta edição do Folhateen que
o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia,
sancionou um projeto de lei que proíbe a
frequência e o manuseio, por crianças e
adolescentes, de jogos informatizados
que possam estimular a violência.
De cara, não existe um estudo confiável
que diagnostique que games ou filmes
ou músicas induzam ou estimulem a violência. O que leva o sujeito a violência,
em 99% dos casos, é a miséria. É a triste
situação em que vive, confrontada à
oposta opulência, que desencadeia um
estado calamitoso e barra-pesada. Atos
como o do prefeito, que na verdade deve
estar transbordando de boas intenções,
não passam de ações demagogas para
angariar votos de desavisados e ajudar
no discurso anticrime.
Seria bem mais inteligente disponibilizar equipamentos de informática às comunidades carentes e oferecer informação, possibilidade de evolução e entretenimento. Instalar LAN houses que, além
de jogos, oferecem rápido acesso à internet, em morros cariocas e na periferia
paulistana (para ficar em dois grandes
centros) seria uma excelente forma de
combater o ócio e a falta de perspectiva e
de lazer de quem vive nessas regiões.
No caso dos games, a maior violência é
deixarmos a pirataria bancada pelos
mesmos traficantes de armas, drogas, cigarros falsificados, remédios etc. impune
e liberada. Violência é privar a molecada,
seja qual for a sua classe social, do acesso
a informação, educação e entretenimento.
Colaborou Fabio Silva
@ - gameon@folha.com.br
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