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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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GAME ON

Games não têm nada a ver com violência

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Você deve ter lido nesta edição do Folhateen que o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, sancionou um projeto de lei que proíbe a frequência e o manuseio, por crianças e adolescentes, de jogos informatizados que possam estimular a violência.
De cara, não existe um estudo confiável que diagnostique que games ou filmes ou músicas induzam ou estimulem a violência. O que leva o sujeito a violência, em 99% dos casos, é a miséria. É a triste situação em que vive, confrontada à oposta opulência, que desencadeia um estado calamitoso e barra-pesada. Atos como o do prefeito, que na verdade deve estar transbordando de boas intenções, não passam de ações demagogas para angariar votos de desavisados e ajudar no discurso anticrime.
Seria bem mais inteligente disponibilizar equipamentos de informática às comunidades carentes e oferecer informação, possibilidade de evolução e entretenimento. Instalar LAN houses que, além de jogos, oferecem rápido acesso à internet, em morros cariocas e na periferia paulistana (para ficar em dois grandes centros) seria uma excelente forma de combater o ócio e a falta de perspectiva e de lazer de quem vive nessas regiões.
No caso dos games, a maior violência é deixarmos a pirataria bancada pelos mesmos traficantes de armas, drogas, cigarros falsificados, remédios etc. impune e liberada. Violência é privar a molecada, seja qual for a sua classe social, do acesso a informação, educação e entretenimento.


Colaborou Fabio Silva

@ - gameon@folha.com.br


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