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Roqueiros e eletrônicos aprenderam a gostar
de outros gêneros, e o hip hop ganha gás como
um dos estilos mais modernos do ano
2003 em sons
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
No final do ano passado, o Folhateen
cometeu uma profecia: em texto da
edição de "Melhores do ano", apontou
que as boy bands estavam em via de extinção, saturadas pelo marketing ofensivo da indústria da música, afogadas em
suas próprias egotrips e nos rios de dinheiro que produziram.
Não deu outra. O único grupo do gênero que deu o ar da graça em 2003 foi o
Westlife. Já na reta final do ano, lançou
"Turnaround", mas não convenceu.
Justin Timberlake ajudou a enterrar o
hype dos grupinhos de meninos e de meninas ao se desgarrar dos colegas de
N'Sync para lançar-se numa aclamada
carreira solo com o álbum "Justified".
O disco de Timberlake inspirou-se no
trabalho do Peter Pan problemático do
pop, Michael Jackson, e, com o empurrãozinho da produção dos espertos The
Neptunes, criou canções dançantes e românticas, cheias de técnica. Deu certo.
Sua ex-namorada, Britney Spears, no
entanto, apresentou mais do mesmo
com seu "In The Zone". Desesperada para provar que não é mais uma garotinha,
Britney se jogou de tal maneira em uma
roda-viva de apelo sexual e de letras abusadas que a provocação virou um tédio.
Para além da música, protagonizou ensaios de fotos calientes e atiçou o público
da festa do Video Music Awards (VMA)
dando um beijaço na boca de Madonna.
A rainha do pop, que agora também é
escritora infantil, lançou "American Life" em 2003, em que posa de Che Guevara e detona a paranóia da sociedade americana. Apesar de ter virado uma espécie
de madrinha de Britney, quem parece
merecer mesmo o trono de Madonna é
Pink, que nunca posou de boa moça e
que surpreendeu o público e a crítica
com seu "Try This", no qual extrapola os
limites do pop teen e abraça punk, rock e
new wave. Sem seguir a cartilha do pop
comercial, Pink conquistou notoriedade.
Nelly Furtado confirma sua obsessão
em se tornar a mais jovem diva do r&b
com "Folklore", em que perde o frescor
da estréia ("Whoa, Nelly!") para mostrar
que se leva muito a sério. Até demais.
A fofinha Dido também produziu seu
segundo álbum, "Life for Rent", sob a
pressão do sucesso de "No Angel", seu
primeiro CD. Na dúvida, não mexeu no
time: "Life for Rent" é delicado, folk e romântico na mesma medida de seu antecessor. E, por mais que a cantora não tenha surpreendido, certamente não deixou a peteca cair.
O queridinho dos britânicos, Robin
Williams, surgiu com uma versão americana do álbum "Escapology" e com um
CD ao vivo que impressiona não tanto
pelas canções do rapaz, mas pela devoção do público.
Por aqui, o pop "tupiniteen" também
se movimentou: Wanessa Camargo lançou seu "Jovens Tardes" e a dupla Sandy
e Júnior -que também estrela a superprodução "Acquária" nos cinemas-
botou "Identidade" na roda. Na dúvida,
fique com o filme.
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