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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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Roqueiros e eletrônicos aprenderam a gostar de outros gêneros, e o hip hop ganha gás como um dos estilos mais modernos do ano

2003 em sons

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

No final do ano passado, o Folhateen cometeu uma profecia: em texto da edição de "Melhores do ano", apontou que as boy bands estavam em via de extinção, saturadas pelo marketing ofensivo da indústria da música, afogadas em suas próprias egotrips e nos rios de dinheiro que produziram.
Não deu outra. O único grupo do gênero que deu o ar da graça em 2003 foi o Westlife. Já na reta final do ano, lançou "Turnaround", mas não convenceu.
Justin Timberlake ajudou a enterrar o hype dos grupinhos de meninos e de meninas ao se desgarrar dos colegas de N'Sync para lançar-se numa aclamada carreira solo com o álbum "Justified".
O disco de Timberlake inspirou-se no trabalho do Peter Pan problemático do pop, Michael Jackson, e, com o empurrãozinho da produção dos espertos The Neptunes, criou canções dançantes e românticas, cheias de técnica. Deu certo.
Sua ex-namorada, Britney Spears, no entanto, apresentou mais do mesmo com seu "In The Zone". Desesperada para provar que não é mais uma garotinha, Britney se jogou de tal maneira em uma roda-viva de apelo sexual e de letras abusadas que a provocação virou um tédio. Para além da música, protagonizou ensaios de fotos calientes e atiçou o público da festa do Video Music Awards (VMA) dando um beijaço na boca de Madonna.
A rainha do pop, que agora também é escritora infantil, lançou "American Life" em 2003, em que posa de Che Guevara e detona a paranóia da sociedade americana. Apesar de ter virado uma espécie de madrinha de Britney, quem parece merecer mesmo o trono de Madonna é Pink, que nunca posou de boa moça e que surpreendeu o público e a crítica com seu "Try This", no qual extrapola os limites do pop teen e abraça punk, rock e new wave. Sem seguir a cartilha do pop comercial, Pink conquistou notoriedade.
Nelly Furtado confirma sua obsessão em se tornar a mais jovem diva do r&b com "Folklore", em que perde o frescor da estréia ("Whoa, Nelly!") para mostrar que se leva muito a sério. Até demais.
A fofinha Dido também produziu seu segundo álbum, "Life for Rent", sob a pressão do sucesso de "No Angel", seu primeiro CD. Na dúvida, não mexeu no time: "Life for Rent" é delicado, folk e romântico na mesma medida de seu antecessor. E, por mais que a cantora não tenha surpreendido, certamente não deixou a peteca cair.
O queridinho dos britânicos, Robin Williams, surgiu com uma versão americana do álbum "Escapology" e com um CD ao vivo que impressiona não tanto pelas canções do rapaz, mas pela devoção do público.
Por aqui, o pop "tupiniteen" também se movimentou: Wanessa Camargo lançou seu "Jovens Tardes" e a dupla Sandy e Júnior -que também estrela a superprodução "Acquária" nos cinemas- botou "Identidade" na roda. Na dúvida, fique com o filme.



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