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São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2003

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SEXO E SAÚDE

"Transei com minha namorada sem camisinha e tirei o pênis na hora de gozar. Depois de 15 minutos, voltei a ter relações também sem proteção (estou muito arrependido). A menstruação dela está atrasada. É possível ela estar grávida? Ela ainda pode tomar pílula do dia seguinte?"

Falta de camisinha só dá dor de cabeça

JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA

A gente encerra a coluna deste ano com uma das questões mais frequentes de 2003: o medo de uma gravidez indesejada. Adivinhem o que está por trás dessa dúvida? Falta de camisinha e de um método anticoncepcional confiável, irresponsabilidade do casal e por aí vai.
O autor desse e-mail vacilou duas vezes. Resolveu transar sem camisinha com a namorada, confiando no método do coito interrompido (retirar o pênis da vagina antes da ejaculação). Como se não bastasse, em uma segunda tentativa, voltou a cometer o erro.
Esse método não é confiável nem para evitar uma gravidez indesejada nem para prevenir uma DST (doença sexualmente transmitida). Espermatozóides podem escapar no líquido transparente que sai do pênis antes da ejaculação. Apesar da pequena quantidade, eles podem provocar uma gravidez.
Outra falha comum desse método é que o homem, muitas vezes, não consegue se controlar e acaba ejaculando dentro da vagina. Em vez de fazer malabarismos e cálculos de tempo, não é mais fácil usar logo a camisinha?
Não podemos esquecer também que sexo sem proteção, mesmo retirando o pênis antes, coloca o casal em risco em relação às DSTs. Toda vez que há contato direto do pênis com a vagina, se uma das pessoas está com alguma doença, pode passá-la para a outra.
O atraso menstrual pode indicar gravidez, mas também pode aparecer como sinal de irregularidade no ciclo, alteração hormonal, fase de muito estresse etc. Para ter certeza do que está acontecendo, vale a pena conversar com o ginecologista, que vai examinar sua namorada.
A pílula do dia seguinte só vai ter efeito se for tomada até 72 horas depois da relação suspeita. Depois disso, o método perde a confiabilidade. Quem sabe, a partir de agora, vocês não se cuidam melhor?
Termino a coluna desejando a todos os leitores um 2004 cheio de saúde e de felicidade.


Jairo Bouer, 37, é médico.
Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para jbouer@uol.com.br



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