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MÚSICA
Do jazz ao black, conheça lugares que têm "jams" em SP
Canja não faz mal a ninguém
GUILHERME WERNECK
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem curte música ou sabe tocar
um instrumento tem noção de
que nada é mais estimulante para os
músicos -e, na maioria das vezes,
para a platéia- do que um som improvisado. Se você está cansado de
ver o mesmo show de sempre e tem
vontade de conhecer um pouco do
que rola de música mais livre em
São Paulo, o Folhateen preparou
um pequeno roteiro com alguns
dos lugares mais legais da cidade
para ouvir do jazz à black music.
Nesta lista, só há um problema:
como a maioria dos lugares que têm
"jams" são casas noturnas e bares,
só é permitida a entrada de maiores
de 18 anos. Se você não se encaixa
nessa categoria, tem duas opções:
esperar até ter idade para entrar ou
tentar dar o truque, fazer cara de
mais velho e encarar a balada.
Uma das mais tradicionais noites
de jazz da cidade é a de segunda no
Blen Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520, tel. 0/ xx/11/3815-4999, ingresso: R$ 20), quando toca a
Soundscape Big Band Jazz. Uma big
band com formação básica de cinco
saxofones, quatro trompetes, quatro trombones, além da seção rítmica (piano, guitarra, baixo e bateria).
No repertório, composições dos
próprios integrantes da banda.
"Com tantos músicos, temos de
criar uma estrutura, mas sempre
deixamos espaço nos arranjos para
o improvisador", diz o baterista
americano Bob Wyatt, 57.
Mesmo sendo uma banda grande,
a Soundscape está aberta à participação de músicos de fora. "Quando
vem um amigo americano tocar em
São Paulo, ele sempre dá uma canja
com a banda", conta Wyatt.
Também na segunda acontece no
Urbano (r. Cardeal Arcoverde, 614,
tel. 0/xx/11/3085-1001, ingresso: R$
15 para mulheres e R$ 30 para homens) a Jam Suburbana, liderada
pelo trompetista Bocato. Formada
por mais oito integrantes, a banda
passeia pelos grooves do jazz (Herbie Hancock, Jaco Pastorious) até
desembocar na black music (James
Brown, Gerson King Combo).
"A banda é como coração de mãe,
está sempre aberta para os amigos.
Estou tocando com ela há dois anos,
e nunca estive tão feliz, porque tem
esse clima de "jam", de improvisar
na hora", diz Bocato, 43, que define
o som que faz como um fundo de
música negra com pitadas de Brasil.
"Mesmo que a gente hesite, a música brasileira impregna", brinca.
Mais afeita à chamada MPBlack é
a noite de terça no Na Mata Café (r.
da Mata, 70, 0/xx/11/3079-0300, ingresso: R$ 15 para mulheres e R$ 30
para homens), quando toca a Grooveria EletroAcústica.
A banda foi formada pelo baterista Tuto Ferraz e divide muitos de
seus convidados especiais com a
"jam" do Urbano, como Jairzinho
Oliveira, Cláudio Zoli, Max de Castro, Seu Jorge e Paula Lima.
"É tudo improvisado. Ninguém
ensaia antes. A primeira música que
a gente toca é "Passando o Som", em
que a gente vai cantando e arrumando o som ao mesmo tempo",
conta Tuto, 36.
No sábado, o lugar para ouvir
grooves é o Grazie a Dio (r. Girassol,
67, tel. 0/xx/ 113031.6568, couvert de
R$ 7), quando toca o Sindikato. "Fazemos essa "jam" há uns sete anos, e
neste ano estamos com um formato
diferente. Em vez de ser totalmente
livre, temos uns arranjos próprios,
mas sempre com espaço para improvisação e muitas canjas", diz o
guitarrista Eduardo Cabello, 46.
Agora, se você curte mesmo é jazz
tocado em pequenas formações, o
melhor lugar para ir é o Teta Jazz
Bar (r. Cardeal Arcoverde 1.265, tel.
0/xx/11/3031-1641, couvert de R$ 5).
É um bar pequeno e aconchegante, que dá total liberdade aos músicos para tocar o que quiserem. E, de
segunda a sábado, sempre mostra
um som diferente. "Somos conhecidos pelo trio de jazz do Lanny Gordin, que toca aos sábados, mas
apresentamos bandas com as mais
diferentes formações", diz Marco
"Zaca" Zacarelli, 26, sócio responsável pela música do bar.
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