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música
Explosão colorida
Saiba o que é a new rave, movimento que estourou na
Europa nos festivais deste verão e já começa a chegar ao Brasil
JamesLooker.co.uk
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Fãs inglesas do Klaxons: bastões fosforescentes e nome da banda na testa
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Você pode ser tudo,
menos indiferente à
new rave, nomenclatura sem muita
imaginação para este (nem tão) novo movimento
de rock para pistas, que basicamente se traduz no som dançante e pesado ao mesmo tempo, algo como eletrônico-com-guitarras ou rock-com-batidas-repetidas blábláblá.
Uns acham que a new rave é
só um rótulo bobo que jornalista inglês criou para "patentear"
essa "nova onda" de roqueiros
freqüentando baladas eletrônicas e clubbers usando camiseta
do Nirvana. Outros bradam que
a new rave (ou nu rave, como
eles gostam de falar lá fora) tem
até uma raiz social e vai muito
além das pistas, encontrando
eco na moda, na arte e na literatura. Alguns já decretaram sua
morte, enquanto muita gente
boa diz que nem sabia que ela
tinha nascido.
O fato é: o que a Inglaterra
grita desde o ano passado (e
que cresceu bastante agora, nos
atuais festivais de verão do hemisfério Norte), essa história
de que "o futuro é brilhante"
(brilhante de brilho; não necessariamente brilhante de genial), já virou tendência até na
noite paulistana (veja onde
dançar no quadro).
Mas a história toda, desde o
começo, é assim: no princípio
do ano passado, a polícia britânica passou a investigar umas
festas secretas elaboradas e divulgadas pela internet, MSN,
torpedos de celular.
As baladas aconteciam escondidas em sítios e parques
britânicos, regadas a drogas
"modernas" como a quetamina. Era um revival policial dos
anos 90, a era das raves eletrônicas. Com a diferença que o
som era o novo rock britânico.
Enquanto isso, três amigos
formavam em Londres a banda
Klaxons, que em março de
2006 lançou por uma pequena
gravadora 500 cópias de uma
música chamada "Gravity's
Rainbow". A canção, muito pesada para as pistas e muito dançante para os roqueiros, começou involuntariamente a traduzir o espírito deste período das
new raves.
Para completar, o grupo distribuía bastões fosforescentes
laranja e verde-limão para a
platéia em seus shows. E pintavam os olhos de azul ou de verde. E tiravam fotos com globos
de discoteca. E tocavam sirenes
nas músicas mais caóticas.
Não tinha três meses desde
que as 500 cópias do single apareceram, o Klaxons já era líder
dessa tal de new rave. E, não tinha seis meses do CD quase-caseiro, já seriam o show mais falado do colossal Reading Festival 2006. Para "piorar" tudo, no
Myspace, o Klaxons botou uma
cover punk rock de "The Bouncer", hino sobre a cultura clubber que foi sucesso em 92, em
plena era rave.
Uma banda indie, com baixo
como instrumento principal,
guitarra estridente, teclado barulhento e sem rumo e bateria
atravessando tudo, evocando a
época da rave? Só podia ser
uma "new rave", batizou o fundador da Angular Records, a
gravadorinha que tinha lançado as 500 cópias de "Gravity's
Rainbow".
O resto, do elogiado CD
"Myths of the Near Future",
dos incansavelmente esgotados shows pela Europa, das festas de arromba nos EUA, da
"parceria" sonora com os principais DJs de eletrônica e bandas indie da Inglaterra, dos festivais de verão, dos quatro clubes em São Paulo que obrigatoriamente tocam sua música e
da tentativa do Tim Festival
(entre outros) de trazê-los este
ano para o Brasil, ainda é história inacabada para o Klaxons e
para a new rave.
O termo pode ser a última
grande bobagem da música
pop. O próprio Klaxons acha isso. Mas que ele deixou tudo
mais colorido e as pistas mais
divertidas, isso deixou...
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