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São Paulo, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2003

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ESTANTE

O olhar da arte sobre as mazelas da modernização das cidades

As grandes cidades de nosso tempo são o cenário principal da vida da maioria dos habitantes do mundo. São elas, e não o campo, que nos formam, nos informam, nos dão esperança e desespero.
Por isso mesmo as cidades precisam ser pensadas. Temos a obrigação histórica de tentar saber como elas funcionam, como elas podem sobreviver, o que devemos fazer para melhorar as coisas, o que precisamos agilizar para a nossa própria sobrevivência. E, para o desempenho dessa enorme tarefa, contamos com o auxílio indispensável da arte, muito especialmente de uma das artes populares que em nosso país tem mostrado a maior capacidade de comentar as coisas que nosso isolamento urbano nos faz digerir sozinhos: a canção popular.
Sorte de São Paulo, que contou com uma figura sensacional como Adoniran Barbosa (1910-1982). Seu depoimento vale por centenas de outros, que não têm a habilidade dele em flagrar uma cena como aquela cantada em "Saudosa Maloca". Ou como aquelas em que anotou, na vida de seus personagens, o horror de que a modernização é capaz, como no trânsito violento e assassino que levou "Iracema".
A São Paulo em que ele nasceu tinha 300 mil habitantes. E a de hoje? Nem importa saber. O que vale é frequentar um sensacional livro. Uma biografia ilustrada e bem escrita, que se chama "Adoniran - Se o Senhor Não Tá Lembrado", de Flávio Moura e André Nigri.

"Adoniran - Se o Senhor não tá Lembrado"


Autor: Flávio Moura e André Nigri
Editora: Boitempo
Quanto: R$ 26


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