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ESTANTE
O olhar da arte sobre as mazelas da modernização das cidades
As grandes cidades de nosso tempo são o cenário principal da vida da maioria dos habitantes do
mundo. São elas, e não o campo,
que nos formam, nos informam,
nos dão esperança e desespero.
Por isso mesmo as cidades precisam ser pensadas. Temos a obrigação histórica de tentar saber como
elas funcionam, como elas podem
sobreviver, o que devemos fazer para melhorar as coisas, o que precisamos agilizar para a nossa própria
sobrevivência. E, para o desempenho dessa enorme tarefa, contamos
com o auxílio indispensável da arte,
muito especialmente de uma das artes populares que em nosso país
tem mostrado a maior capacidade
de comentar as coisas que nosso
isolamento urbano nos faz digerir
sozinhos: a canção popular.
Sorte de São Paulo, que contou
com uma figura sensacional como
Adoniran Barbosa (1910-1982). Seu
depoimento vale por centenas de
outros, que não têm a habilidade
dele em flagrar uma cena como
aquela cantada em "Saudosa Maloca". Ou como aquelas em que anotou, na vida de seus personagens, o
horror de que a modernização é capaz, como no trânsito violento e assassino que levou "Iracema".
A São Paulo em que ele nasceu tinha 300 mil habitantes. E a de hoje?
Nem importa saber. O que vale é
frequentar um sensacional livro.
Uma biografia ilustrada e bem escrita, que se chama "Adoniran - Se o
Senhor Não Tá Lembrado", de Flávio Moura e André Nigri.
"Adoniran - Se o Senhor
não tá Lembrado"
Autor: Flávio Moura e André
Nigri
Editora: Boitempo
Quanto: R$ 26
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