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Cinema
Ficção embaralha real e virtual
da Reportagem Local
O que você faria se descobrisse,
de repente, que passou toda sua vida num mundo imaginário, criado
num programa de computador injetado no seu cérebro? E que seu
corpo jaz inerte num casulo, mero
combustível para alimentar as máquinas que dominam o mundo?
Quem tem de responder à pergunta é Neo (Keanu Reeves), não por
acaso um hacker.
Esse é o universo de "Matrix", a
espetacular ficção científica escrita
e dirigida pelos endiabrados irmãos Wachowski -Andy, 32, e
Larry, 34-, que só haviam feito o
ousado "Unidas pelo Desejo".
Neo é procurado por um tal de
Morpheus (Laurence Fishborne),
por sua vez o hacker mais procurado pelos "agentes", homens de
preto encarregados de manter o
programa rodando sem furos.
Morpheus é o único que sabe como destruir Matrix, mas não pode
fazê-lo. Quem pode é o predestinado. Neo? Esse é o mistério do filme.
Os Wachowski trabalham esse
enigma com inteligência e profundidade incomuns. Transformam
as referências da literatura cyber,
dos clichês do cinema e até da filosofia em delírio visual, com efeitos
especiais de primeira e uma técnica impecável. Com tudo isso, acabam fazendo da frenética e vertiginosa saga de Neo uma busca pelo
sentido da vida, como tinha de ser.
Que não dispensa perseguições
de tirar o fôlego, tiroteios, lutas de
kung fu e até um duelo típico do
melhor dos faroestes, aventura pura. Não é por acaso que "Matrix"
acumulou US$ 145 milhões em seis
semanas nos EUA.
Quando abre as portas da realidade para Neo, Morpheus lhe dá a
chave da redenção: a possibilidade
de subverter as regras do programa e destruí-lo. Mas saber não é
suficiente, Neo precisa acreditar
no que sabe e sente, e não na ilusão
do que vê. Não é à toa que o oráculo, que deveria confirmar sua condição de predestinado, lhe devolve
a pergunta com o clássico "Conhece-te a ti mesmo". Depois, tudo é
possível.
(FÁTIMA GIGLIOTTI)
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