São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 2005

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De onde vem, e pra onde vai, a onda no Brasil

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A tatuagem precisou de aproximadamente 30 anos para virar moda no Brasil. A chegada do dinamarquês Luke, que iniciou seu trabalho na zona portuária, estimulou o surgimento de outros profissionais no país, como Boris, Biga, Luiz Segatto, Sérgio Carlos Sonsini, já morto, e Inácio da Glória, da "velha guarda" dos anos 80. Em 79, veio da Itália Marco Leoni, que realizou a 1ª Convenção Internacional de Tatuagem em 1990, em São Paulo.
As convenções, hoje bem freqüentes, ajudaram a aproximar a tatuagem do público. A mídia e os artistas também tiveram um papel poderoso na aceitação da tatuagem como arte e profissão. "Nos anos 80, tinha aquela coisa da música ["Menino do Rio'] do Caetano Veloso, "dragão tatuado no braço'", conta Led's.
Monique Evans foi uma das responsáveis pela divulgação da tatuagem nos idos de 80, quando era modelo. Bombou as figuras pequenininhas, como coraçõezinhos e animais, num momento em que mulher tatuada era vista como "prostituta". "As meninas eram discriminadas. Hoje, a gente tem muito mais mulheres se tatuando aqui, na proporção de 70%", diz Led's. Outros desenhos pedidos na época eram águia, pantera negra e o vulto de uma gaivota voando sobre o sol, igual à tatuagem de um personagem de novela interpretado pelo "galã" Mário Gomes.
Nos anos 90, a procura pela tatuagem aumentou, e os estilos foram se ampliando. "Vieram os músicos, como os do Red Hot Chilly Peppers, que tinham tribais", diz Led's. Foto de índio virou mania, porque se descobriu que dava pra tatuar com traços realistas, quase como um retrato.
Então dois estilos começaram a ganhar força: oriental e new school. Oriental, um estilo tradicional, inclui desde dragões chineses até florais com traços vindos do Japão, China e Índia, e também os "kanji", ideogramas japoneses. New school é a mescla de desenhos tradicionais com os traços soltos e as cores do grafite, ampliando também a gama de figuras.


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