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De onde vem, e pra onde vai, a onda no Brasil
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A tatuagem precisou de aproximadamente 30 anos para
virar moda no Brasil. A chegada do dinamarquês Luke, que iniciou seu trabalho na zona portuária,
estimulou o surgimento de outros
profissionais no país, como Boris, Biga, Luiz Segatto, Sérgio Carlos Sonsini, já morto, e Inácio da Glória, da
"velha guarda" dos anos 80. Em 79,
veio da Itália Marco Leoni, que realizou a 1ª Convenção Internacional de
Tatuagem em 1990, em São Paulo.
As convenções, hoje bem freqüentes, ajudaram a aproximar a tatuagem do público. A mídia e os artistas
também tiveram um papel poderoso
na aceitação da tatuagem como arte e
profissão. "Nos anos 80, tinha aquela
coisa da música ["Menino do Rio'] do
Caetano Veloso, "dragão tatuado no
braço'", conta Led's.
Monique Evans foi uma das responsáveis pela divulgação da tatuagem nos idos de 80, quando era modelo. Bombou as figuras pequenininhas, como coraçõezinhos e animais,
num momento em que mulher tatuada era vista como "prostituta".
"As meninas eram discriminadas.
Hoje, a gente tem muito mais mulheres se tatuando aqui, na proporção
de 70%", diz Led's. Outros desenhos
pedidos na época eram águia, pantera negra e o vulto de uma gaivota
voando sobre o sol, igual à tatuagem
de um personagem de novela interpretado pelo "galã" Mário Gomes.
Nos anos 90, a procura pela tatuagem aumentou, e os estilos foram se
ampliando. "Vieram os músicos, como os do Red Hot Chilly Peppers,
que tinham tribais", diz Led's. Foto
de índio virou mania, porque se descobriu que dava pra tatuar com traços realistas, quase como um retrato.
Então dois estilos começaram a ganhar força: oriental e new school.
Oriental, um estilo tradicional, inclui
desde dragões chineses até florais
com traços vindos do Japão, China e
Índia, e também os "kanji", ideogramas japoneses. New school é a mescla de desenhos tradicionais com os
traços soltos e as cores do grafite, ampliando também a gama de figuras.
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