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Festival tem até tocador de pedra
DA REPORTAGEM LOCAL
Cristiano Melli, 24, um dos dez
alunos de composição do pianista e compositor Almeida
Prado, em Campos do Jordão, gosta de
se declarar um "tocador de pedra profissional".
"No grupo em que eu toco, na Unicamp, temos uma base eletroacústica.
Raspamos pedra, copo, azulejo e rasgamos pedaços de papel. É uma intervenção eletrônica em cima do som que
a gente tira na hora", diz o estudante
de composição do quarto ano. Cristiano "toca" pedra durante exibições de
cinema mudo.
Azulejos e pedras à parte, no festival,
Cristiano tem usado só o piano. Segundo Prado, o instrumento é fundamental para escrever música: "Ajuda
porque esse instrumento tem tudo o
que a orquestra tem. A região média, o
grave, o agudo... Mesmo para quem só
conhece piano popular, não tem problema. Ele é completo", diz Prado.
"Comecei a compor antes de tocar
piano, com 12 anos. Tinha um computador daqueles MSX, bem antigão. Daí
aprendi a ler partitura sozinho e meu
pai disse: "Tá, vá se divertir" [imita o
pai], e me pôs na aula de piano", conta
Cristiano, rindo.
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