São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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SEXO & SAÚDE

Precocidade e cuidados

Uma pesquisa divulgada nos EUA na última semana pelo Centro Nacional de Estatísticas em Saúde e publicada pelo jornal "The New York Times" mostrou que os homens têm mais parceiras sexuais do que as mulheres, que mais da metade dos adolescentes americanos já fez sexo oral e que 14% das mulheres jovens já "ficaram" com outras mulheres.
Foram entrevistados 12.571 homens e mulheres entre 15 e 44 anos. Eles deixavam suas respostas num laptop, sem ter que passar pelo eventual constrangimento de revelar a intimidade a um pesquisador. De acordo com os dados, homens entre 30 e 44 anos já tiveram, em média, seis a oito parceiras. As mulheres tiveram cerca de quatro parceiros.
Uma grande pesquisa feita no final da década de 90 no Brasil, pelo Ministério da Saúde em parceria com o Cebrap, mostrou o mesmo tipo de informação: os homens têm mais variabilidade de parceiras sexuais nas diversas faixas de idade.
Outro dado: mais da metade dos jovens de 15 a 19 anos já fizeram sexo oral. Um quarto dos adolescentes que nunca transaram também já praticou sexo oral. E a quantidade de jovens que já deram ou receberam sexo oral foi superior a dos que já tinham tido uma relação sexual.
14% das mulheres entre 18 e 29 anos disseram que já tinham tido pelo menos uma experiência com outra mulher. Entre os homens, esse número é a metade. Apesar desse número alto ter surpreendido os pesquisadores, é curioso notar que ele aparece em um momento em que especialistas discutem um certo "modismo" de mulheres ficarem com outras mulheres.
Os dados da pesquisa não revelaram a idade da primeira transa nem a freqüência com que os jovens americanos fazem sexo. Mas uma outra, do CDC de Atlanta (Youth Risk Behaviour), de 2001, mostrava que, em média, "apenas" 33% dos jovens americanos de 10 a 24 não tinham feito sexo nos três meses antes da pesquisa.
No Brasil, metade dos garotos e um terço das garotas já tiveram sua primeira relação sexual antes dos 15. E mais de 66% dos jovens entre 16 e 25 estavam sexualmente ativos no ano anterior à pesquisa, de acordo com Ministério da Saúde.
A pergunta que fica: será que, com essa precocidade, com essa variação de parceiros e experiências e com essa intimidade toda com o sexo oral, as pessoas estão se cuidando como deveriam?


email: jbouer@uol.com.br


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