São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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Kirsten brilha em papéis difíceis

MILLY LACOMBE

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Não a procure em comédias escatológicas nem em filmes que desprezam a inteligência. Kirsten Dunst, 19, vem se firmando como uma fiel representante de jovens que pensam. Em vez de atuar nas comédias que lotam os cinemas dos EUA todos os verões, a jovem atriz faz questão de escolher roteiros sérios e papéis desconcertantes e acaba nos presenteando com atuações fortes.
Em recente bate-papo, o Folhateen pôde perceber que a fala mansa e as palavras estudadas ("não sei porque não se fazem mais filmes depressivos com protagonistas femininas!") podem ser definidas como um estratégico marketing da mulher que pretende, segundo ela mesma, brilhar por anos e anos. "Espero que o cinema americano perceba que vale a pena investir em filmes teens que sejam inteligentes", completa.
O sucesso que já colhe começou a ser moldado aos três anos, época em que a menina Kiki (como é conhecida entre amigos) já tinha feito mais de 70 anúncios para a TV. A precocidade foi sacramentada aos sete, quando Kirtsen conseguiu aquilo que muito veterano tenta até hoje sem sucesso: participar de um filme de Woody Allen. E aos 11, como uma vampira em "Entrevista com o Vampiro", ela levou para casa um Globo de Ouro. Hoje, 31 filmes depois, Kirsten não titubeia ao apontar seu favorito: "Virgens Suicidas". "Esse foi o mais difícil", diz a rainha da atuação metafisicamente inocente.
Mas não pense que, para interpretar papéis tão densos ela tenha que ter obrigatoriamente passado por algumas das dramáticas experiências que vive nas telas. "Sou uma garota absolutamente comportada. Não uso nem nunca usei drogas, não tenho problemas com meus pais, não tenho crises depressivas".
"Sou uma atriz e tenho que saber interpretar coisas distantes de minha realidade. Afinal, que graça teria viver uma viciada em analgésicos se eu tivesse sido realmente viciada em analgésicos?"



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