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"Ghost World" injeta ironia no ócio de duas teens
DE NOVA YORK
Terry Zwigoff é um sujeito esquisito. Tem 53 anos,
poucos amigos e é apaixonado por quadrinhos. Tanto que seu segundo filme é um documentário sobre a vida de um dos mais importantes desenhistas norte-americanos, o também esquisito Robert Crumb.
"Crumb" (1994), que foi exibido no Brasil e está disponível em vídeo, mostra de maneira impecável e sem
filtros a incrível vida do famoso quadrinista que gosta
de desenhar mulheres enormes e pernudas. Quem viu
jamais vai esquecer da família dele (um mês depois de
acabado o filme, um de seus irmãos se matou).
"Ghost World" (www.mgm.com/ghostworld/ie/in
dex.html, ainda sem exibição definida no Brasil), que
estreou neste mês nos EUA e é seu primeiro longa de
ficção, tem a ver com esse mesmo universo. Baseia-se
em uma HQ homônima de Daniel Clowes, quadrinista
que fez bastante sucesso nos circuitos alternativos de
Manhattan.
Nele, duas amigas adolescentes, Enid (Thora Birch) e
Rebecca (Scarlett Johansson), passam o dia entre as atividades do último ano de colegial, as tardes sem nada
para fazer e as noites sem nada para fazer. Assim, usam
todo o tempo livre para criticar tudo (o colégio, a lanchonete que frequentam, as roupas dos outros) e todos
(o pai de Enid, a professora de artes, o amigo que elas
infernizam).
Enid é desenhista como Crumb, que inspira ainda outro personagem, Seymour, um nerd apaixonado por
discos antigos em 78 rpm (uma das fixações de Crumb).
Inteligência e ironia são o que diferencia esse filme de,
por exemplo, "American Pie" 1 e 2, só para ficar em um
exemplo de filme sobre e supostamente para adolescentes.
(SD)
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