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CINEMA
Jason e Freddy lutam pelo domínio do terror
Pipoca com Ketchup
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles são mais do que rapazes maus, são a encarnação do próprio mal.
E vão se enfrentar no cinema num desses embates
sem limites, até a morte.
Ou melhor, até a próxima
ressurreição.
Jason Voorhees, com
cerca de 130 mortes nas
costas, e Freddy Krueger,
com pouco mais de 30 vítimas, que se batem agora
em "Jason vs Freddy", são velhos conhecidos dos
amantes do terror.
O primeiro é o protagonista da série "Sexta-Feira
13", que já rendeu dez filmes desde 1980, e o segundo é o bicho-papão
atualizado em "A Hora do
Pesadelo", série inaugurada em 1984 e que teve
mais seis continuações.
Embora os dois só cheguem às vias de fato agora, quase 20 anos depois
de viverem marés altas e
baixas de bilheteria, para
quem curtia filmes sanguinolentos nos anos 80, a
briga é antiga.
Os primeiros filmes de Jason e de
Freddy coincidem com o boom
do vídeo no Brasil, que começou a
ser mais difundido em 84.
Adolescente
nessa época, lembro não só das
discussões sobre
qual dos dois era
mais apavorante
mas também dos
fins de semana regados a vídeos de
terror. O legal
dessas baladas era
a identificação
com os protagonistas, quase todos adolescentes e
transgressores
-fumavam maconha,
bebiam, transavam e, por
conta desses "pecados",
morriam violentamente.
Jason era imbatível nessa fórmula, e, para seus
defensores, uma cena de
nudez causava tanta excitação quanto uma machadada na cabeça.
Quem era do time do
Freddy, achava o Jason
meio primário. De fato,
"A Hora do Pesadelo" é
mais cheio de imaginação, impregnado pelo sobrenatural. Dá menos
sustos, mas mais medo.
Agora que essas discussões devem voltar, se arme de pipoca e ketchup e
reveja o melhor das séries:
as partes dois, três e nove
do "Sexta-Feira 13" e um,
três e sete de "A Hora do
Pesadelo".
(GUILHERME WERNECK)
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