São Paulo, segunda-feira, 28 de junho de 2010

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Pergunte o que quiser

FORMSPRING É FERRAMENTA ELETRÔNICA PARA XAVECOS, FOFOCAS E JOGOS DA VERDADE

DE SÃO PAULO

"Quem é a menina mais bonita da escola?", pergunta um anônimo. "Sua mãe não implica de você ir para a balada durante a semana?", questiona outro.
Essas são algumas das 100 milhões de perguntas feitas todos os meses nos perfis de 12 milhões de usuários de todo o mundo da nova febre da internet, o Formspring.me.
Lançado discretamente há sete meses, o site foi comparado aos cadernos de perguntas e respostas que os teens trocavam na escola.
A brincadeira é fazer perguntas a outros usuários, assinando embaixo ou de forma anônima.

"BULLYING"
A proteção do anonimato, no entanto, acabou transformando a rede social em uma versão digital das fofocas em porta de banheiro, como definiu o "New York Times".
As perguntas anônimas precisam de aprovação de quem as recebe para serem publicadas. Ainda assim, o Formspring.me potencializou o "bullying" eletrônico.
Gabriela, 13, por exemplo, foi xingada de "biscate" em sua página. Mesmo não tendo publicado a pergunta, ela se sentiu mal com a agressão.
"Permitir perguntas anônimas aumenta a possibilidade de "bullying" e de agressões", diz Luciana Ruffo, psicóloga do NPPI (Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC-SP).
"No entanto, tem o lado lúdico de xavecar", emenda.
Saulo, 15, viu sua página virar um campo de batalha entre admiradoras secretas. "Elas invadiam o "Form" das minhas amigas para xingá-las, e sobrou para mim."
Beatriz, 14, desistiu da ferramenta: quanto mais seu perfil ficava popular, mais mensagens pornográficas e desagradáveis surgiam.

LADO BOM
O Formspring também é útil para aproximar bandas de seus fãs ou alunos da mesma escola.
É o caso do colégio Vera Cruz, em São Paulo, cujo grêmio mantém uma conta no site, em que responde a perguntas de outros estudantes.
Depois de sofrer com um admirador insistente, Cecília, 22, mudou o perfil da conta. Agora, dá dicas de moda e de música, sempre com um toque pessoal.
(MAYRA MALDJIAN e IURI DE CASTRO TÔRRES)


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