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esporte
Longboarders invadem as ladeiras
ARTURO QUERZOLI
free-lance para a Folha
Uma legião de surfistas tem invadido as ruas asfaltadas das metrópoles do país. Em vez de descer ondas com uma prancha sob os pés,
eles deslizam no asfalto sobre o
longboard.
Com shapes (plataforma do skate) longos e rodas e eixos maiores e
mais maleáveis do que os skates
normais, os praticantes do longboard -ou long- conseguem alcançar velocidades acima de 80
km/h nas ladeiras da cidade. "É diversão pura", diz César Bragança
Girão, 37, skatista há 26 anos e editor da revista "Tribo Skate". "No
longboard, ao contrário do skate
normal, ninguém precisa se preocupar com manobras difíceis ou
obstáculos intransponíveis, apenas com o prazer que a velocidade
proporciona", acrescenta.
Por ser muito mais simples do
que o skate convencional e proporcionar movimentos parecidos
com os de uma prancha de surfe, o
long acabou sendo descoberto pelos surfistas como uma alternativa
para os dias sem ondas ou sem
praia. E as vendas decolaram. "A
saída de skate longboard aumentou muito no verão, quando as ondas no litoral são menores e menos
frequentes", diz Mário Massari, da
loja Surfer's Paradise.
O fotógrafo Rodrigo Sodré, 23, é
surfista e começou a andar de long
para sentir um pouco das emoções
do surfe quando fica na cidade.
"Os movimentos do long, com
curvas cavadas e "slides" (derrapadas), são tão parecidos com o surfe
que minhas manobras evoluíram
na água depois da prática", diz.
Apesar de os surfistas terem descoberto o longboard recentemente, os skatistas já dominam esse esporte há muito tempo. Os profissionais Sérgio "Yuppie" de Melo,
24, Willians "Índio" de Souza, 28, e
Marco Aurélio Ubaldo, 30, encararam o longboard no início como
diversão. Hoje competem em provas oficiais e estão entre os melhores do país. Além de vitórias, os feras do skate colecionam aventuras.
Índio já alcançou 90 km/h descendo a estrada que liga a praia
Mole à Lagoa da Conceição, em
Florianópolis (SC). Yuppie atinge
velocidade semelhante em descidas no Pico do Jaraguá e na estrada
Rio-Santos. Adrenalina à parte,
eles advertem sobre os riscos da
emoção: "É mais fácil aprender a
andar de longboard do que de skate normal, mas é preciso começar
em descidas curtas, sempre com
área de escape e sem trânsito", diz
Marcos. O uso de capacete, joelheira, cotoveleira e luvas é indispensável, já que o maior defeito do
longboard, dizem os profissionais,
é a dificuldade de parar durante a
descida.
Points em SP: pça. Paulo Jorge de Lima
(Morumbi), pça. Abelardo Rocas (Sumaré),
av. dos Eucaliptos (Osasco) e av. Bagiru
(Boaçava). Onde comprar o long: na
maioria das lojas de skate e surfe do país, de
R$ 200 (nac.) a R$ 350 (imp.)
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