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"Tentei emprego de office-boy três vezes, mas desisti, fiquei desanimado"
DA REPORTAGEM LOCAL
André Rodrigues Apolinário dos Reis, 17, é um dos milhares de jovens paulistanos que, por não conseguirem um emprego formal, com carteira assinada, foram
trabalhar na economia informal. Ele é plaqueiro ("homem-sanduíche") de uma empresa que compra e vende telefones celulares no centro de São Paulo. Passa o
dia distribuindo panfletos. Trabalha das 9h às 18h, com
direito a uma hora de almoço, e ganha R$ 15 por dia. À
noite, cursa a 1ª série do ensino médio.
André tem uma relação contraditória com o trabalho
na rua. "Às vezes eu gosto, mas às vezes me encho de ver
tanta falsidade. Existe gente que gosta de nos humilhar
só porque estamos fazendo nosso trabalho", conta o garoto, que também diz que tem medo de ser atingido por
uma bala perdida. "Aqui é bem violento."
André começou a trabalhar aos 14 anos porque o pai
não lhe dava dinheiro. Ele nunca teve um emprego formal. "Já fui vendedor e camelô. Tenho carteira de trabalho. Tentei umas três vezes emprego de office-boy, mas
desisti. Fiquei desanimado."
(GW)
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