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Em queda livre
Um estudo divulgado na semana passada revelou que o número de convocados para o serviço militar está em queda.
Esse levantamento é uma das conclusões
de Paulo Kuhlmann, 39, em sua dissertação de mestrado em ciências políticas na
USP. O autor é membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp.
Segundo o estudo, em 1987, 1.392.738
jovens se alistaram e 129.898 foram incorporados -9,33% do total de alistados. Em 2001, o número de jovens que se
alistaram subiu para 1.513.864, mas o de
convocados para o serviço foi somente
77.761 (5,14%). Para Kuhlmann, as Forças Armadas estão convocando apenas o
necessário para completar o efetivo.
Por e-mail, o pesquisador defendeu a
alternativa da profissionalização das tropas no lugar do serviço militar obrigatório, "desde que se mantivesse o efetivo do
Exército ou que se proporcionasse o orçamento necessário para pagar e treinar uma tropa profissional".
Para sustentar essa proposta, ele cita o caso de países europeus que estão abandonando o alistamento
obrigatório, como Portugal, França e
Itália, e de países que já passaram por
essa mudança, como Argentina,
Uruguai e EUA. Em seu estudo ele cita também o caso híbrido do Chile,
em que o alistamento é voluntário,
mas, se não forem preenchidas todas
as vagas, ele se torna obrigatório.
Enquanto essas mudanças não
vêm, se você quer fazer parte das Forças Armadas, terá de passar por um
processo seletivo rigoroso, a partir
do qual o Exército escolherá qual
função você poderá exercer.
Para o Centro de Comunicação Social do Exército, a vantagem de prestar o serviço militar é que você
aprenderá um ofício, facilitando a
sua entrada no mercado de trabalho.
Resta saber se você precisa disso.
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