São Paulo, segunda-feira, 29 de julho de 2002

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Em queda livre

Um estudo divulgado na semana passada revelou que o número de convocados para o serviço militar está em queda. Esse levantamento é uma das conclusões de Paulo Kuhlmann, 39, em sua dissertação de mestrado em ciências políticas na USP. O autor é membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp.
Segundo o estudo, em 1987, 1.392.738 jovens se alistaram e 129.898 foram incorporados -9,33% do total de alistados. Em 2001, o número de jovens que se alistaram subiu para 1.513.864, mas o de convocados para o serviço foi somente 77.761 (5,14%). Para Kuhlmann, as Forças Armadas estão convocando apenas o necessário para completar o efetivo.
Por e-mail, o pesquisador defendeu a alternativa da profissionalização das tropas no lugar do serviço militar obrigatório, "desde que se mantivesse o efetivo do Exército ou que se proporcionasse o orçamento necessário para pagar e treinar uma tropa profissional".
Para sustentar essa proposta, ele cita o caso de países europeus que estão abandonando o alistamento obrigatório, como Portugal, França e Itália, e de países que já passaram por essa mudança, como Argentina, Uruguai e EUA. Em seu estudo ele cita também o caso híbrido do Chile, em que o alistamento é voluntário, mas, se não forem preenchidas todas as vagas, ele se torna obrigatório.
Enquanto essas mudanças não vêm, se você quer fazer parte das Forças Armadas, terá de passar por um processo seletivo rigoroso, a partir do qual o Exército escolherá qual função você poderá exercer.
Para o Centro de Comunicação Social do Exército, a vantagem de prestar o serviço militar é que você aprenderá um ofício, facilitando a sua entrada no mercado de trabalho. Resta saber se você precisa disso.


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