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A farda é um fardo?
DA REPORTAGEM LOCAL
Não tem escapatória. Ao fazer 18
anos, todo rapaz tem de enfrentar o alistamento militar. Mas será
que a farda é mesmo um fardo?
Para a maior parte dos mais de 20
adolescentes com quem o Folhateen conversou, o serviço militar
obrigatório não assusta. É antes algo
esperado e que se quer alcançar. Os
motivos são os mais variados e vão
desde a curiosidade pelo tipo de
treinamento até a garantia de um
salário mensal.
Para o vendedor de produtos de
limpeza William Souza Silva, 15, fazer o serviço militar seria bom porque traria mais responsabilidade e o
deixaria mais preparado. "No caso
de uma guerra, saberei de tudo.
Acho que o trabalho será bem pesado, mas dá para estudar e ficar no
Exército", diz.
Já o vendedor de frutas Anderson
Silva, 16, gostaria de ir para o Exército porque a vida de militar o atrai.
"Se pudesse, ficava no Exército a vida toda. Gosto dessa vida, dos treinamentos, de fazer excursões no
mato", explica.
A questão financeira e o fato de ter
uma perspectiva de futuro atraem o
estudante Ricardo da Silva Severo,
17. "No Exército você aprende coisas bem úteis e ter dinheiro é bom.
Se eu visse que dá futuro, eu ficaria
por um tempo", diz.
Na mesma linha vai Luís Carlos
Prado, que vive de fazer "bicos": "É
um tipo de emprego garantido".
Mas nem todos os jovens estão
ávidos para passar um tempo na caserna. De novo, os motivos são os
mais variados, mas quase todos dizem ter aversão à vida de militar.
Para o estudante Paulo Fávero, 17,
o serviço militar não tem utilidade e
é um desperdício de seu tempo.
"Penso que eu poderia ajudar mais
o país fazendo outras coisas, como
serviço civil, trabalhando em organizações não-governamentais ou
em movimentos sociais", afirma.
Pensando bem menos no Brasil, o
estudante Denis Mendes, 17, nem
cogita a hipótese de servir. "Não
posso e não quero. Toco bateria e
não quero parar. Fazer o serviço militar iria ser treta", diz.
O estudante Felipe Pedro, 17, também não se imagina fardado. "Não
tenho medo de ter de fazer o serviço
militar, mas não gosto do Exército",
afirma.
(GW)
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