MARCELO GRIMBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Alguns jovens cineastas que não querem saber de despesas e trabalho em excesso desenvolveram um meio curioso de fazer seus curtas-metragens: "tomar emprestadas" programações de jogos de videogame e PCs.
Isso é possível porque fabricantes normalmente abrem a parte do game que cuida da geração de personagens e ambientes para que fãs o modifiquem. Além disso, os games cuidam automaticamente da dinâmica de personagens secundários.
Partindo de um jogo de tiroteio, como o Quake, o diretor pode inserir um personagem, bolar seus movimentos e mandar a cena rolar -sem se preocupar com os coadjuvantes, por exemplo. E mais: se não gostar de um detalhe, como o ângulo da câmera ou a trajetória de uma bala, é possível mudar, sem traumas e sem ter de "filmar" tudo de novo.
O tal projeto se chama Machinima e já conta com algumas dezenas de produções em seu site, o www.ma chinima.com. Algumas travadas e engraçadas, outras ágeis e sérias, como o curta "Matrix 4x1", que junta a personagem Trinity, do filme "Matrix", e o ambiente do jogo Half Life.
A nova animação deverá chegar à TV dos EUA em breve. Se for criativa, conquistará o cinema -capaz até de agradar mais que um monte de superproduções chatas que há por aí, com humanos e o escambau.

E-mail - walabibi@uol.com.br


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