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FOLHATEEN EXPLICA
Estudo sugere que memória emocional varia entre os sexos
Mulheres e homens guardam lembranças de modo diferente
DA REDAÇÃO
Estava na cara. Qualquer garota sabe que os
meninos têm clara dificuldade em lembrar
coisas que para elas são inesquecíveis, como a
roupa que ela vestia no dia em que se conheceram, a frase que
disse antes do primeiro beijo ou o
motivo da última
briga. Mas o que parece desleixo ou desinteresse agora ganha uma explicação
dada por cientistas
-a justificativa perfeita que todo homem esperava.
Um estudo realizado na Universidade Stanford, na Califórnia (EUA), e publicado na revista da Academia Nacional de Ciências dos
EUA, a "Pnas" (www.pnas.org), revelou que
mulheres memorizam de forma diferente
eventos de forte conteúdo emocional.
A equipe de Turhan Canli, responsável pela
pesquisa, descobriu que homens e mulheres
usam partes distintas do cérebro para arquivar memórias emocionais e que o cérebro feminino é mais bem equipado para acessar as
informações desse "banco de sensações".
Isso explica uma constatação comum na vida das mulheres. Por exemplo, seu namorado
pode não se lembrar de uma discussão grave
que teve com você no mês passado, mas sua
amiga, que nem estava lá, mas para quem você desfiou o rosário com toda a riqueza de
sensações, consegue lembrar de detalhes.
Estudos anteriores já haviam admitido uma
diferença significativa na maneira como o cérebro do homem e da mulher armazenam
memória. O novo estudo, entretanto, sugere
que tal disparidade não é resultado de treino
ou prática, mas de uma diferença química
inata na utilização dos circuitos neuronais do
homem e da mulher.
Para chegar a tal conclusão, Canli e seus colegas usaram um rastreador cerebral para ver
como 12 homens e 12 mulheres respondiam a
um conjunto de cerca de cem fotografias, que
abrangiam desde imagens sem nenhuma conotação emocional, como a de um hidrante
de rua, às altamente emocionais, como a de
corpos mutilados.
Com isso, descobriram que homem e mulheres ativam circuitos cerebrais diferentes
para codificar tais estímulos. Enquanto as mulheres tendiam a usar áreas do hemisfério esquerdo do cérebro para memorizar as imagens, os homens utilizavam os dois hemisférios cerebrais.
Três semanas após a exposição às imagens,
cada participante foi questionado sobre algumas daquelas que possuíam conteúdo emocional forte. E as mulheres se lembraram das
imagens com mais facilidade.
"Mulheres se lembram de mais eventos autobiográficos emocionais do que homens,
produzem memórias mais rápido ou com
maior intensidade emocional e têm memórias
mais vívidas do que seus parceiros em acontecimentos como o primeiro encontro, as últimas férias ou uma discussão recente", concluíram os cientistas.
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