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ESTANTE
O resultado de uma amizade que casou as letras com as artes plásticas
De vez em quando acontece de
dois artistas se encontrarem numa amizade que passa adiante do
tempo e do espaço. Foi o caso de
dois grandes artistas brasileiros,
ambos mortos: Jorge Amado e
Carybé. Do primeiro todo mundo
ouviu falar, do segundo nem tanto.
Mas é uma pena. Porque Carybé
(1911-1997) foi um pintor de grande
sensibilidade para o registro da vida
popular, especialmente daquela que
transcorre na terra que ele escolheu
morar -Salvador, Bahia. Ele nasceu na Argentina, perto de Buenos
Aires, filho de um imigrante italiano
e de uma brasileira. Andou pela Europa e pela América, de todos os jeitos que se possa imaginar, olhando
as coisas e tentando fixá-las. Mas foi
no Brasil que ele aportou.
Daí conheceu Jorge Amado e com
ele cultivou esse milagre que é a
amizade, que no caso deles chegou
ao compadrio, à família e até mesmo à religião, que eles compartilharam. Bem, e agora o melhor: isso ficou registrado num belo livro, lançado há algum tempo mas ainda
agora interessante, vigoroso, prazeroso para a leitura e a apreciação.
Chama-se "O Capeta Carybé", uma
espécie de grande homenagem de
Jorge Amado ao amigo.
Trata-se de um texto mais ou menos biográfico sobre Carybé, escrito
em tom absolutamente informal,
amistoso, quase como uma conversa. E em cada página ímpar vem
uma reprodução de quadro ou de
escultura do artista.
E-mail: fischerl@uol.com.br
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