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PROTAGONISMO
Jovens são barra dos em evento na Câmara
Juventude na Câmara
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana passada,
centenas de jovens de
todo o país se reuniram
em Brasília para a Semana
Nacional de Políticas Públicas para a Juventude.
O encontro aconteceu
na Câmara dos Deputados, e os funcionários da
portaria, acostumados à
formalidade dos ternos e
das gravatas, chegaram a
barrar grupos de jovens
que foram ao local de bermuda para participar dos
seminários e dos painéis
que pretendiam debater
as políticas públicas para
a juventude do país.
"Houve um certo atrito
na portaria. Não queriam
deixar o pessoal entrar de
bermuda. É um dos vários
exemplos de que o Parlamento está pouco aberto
à juventude. É a primeira
vez que o jovem brasileiro
tem acesso a esse espaço",
avalia Renato Souza de
Almeida, 25, coordenador
nacional da Pastoral da
Juventude. Para ele, o encontro deixou claro que
"o jovem tem muito a
contribuir para a discussão de políticas públicas e
que esse debate não deve
ficar restrito a especialistas, mestres e doutores".
A Semana contou com a
presença dos deputados
que integram a Comissão
Especial destinada a
acompanhar e a estudar
propostas de políticas públicas para a juventude e
de mais de 45 ONGs formadas por jovens ou voltadas a eles, além de representantes de movimentos religiosos, estudantis, dos sem-terra, de
meninos e meninas de rua
e de partidos políticos.
Para Mateus Fernandes,
21, do grupo Interagir,
que promove o protagonismo juvenil, o melhor
do encontro foi a interação entre grupos organizados de todo o Brasil. Ele
avalia, no entanto, que, no
quesito interação entre
parlamentares e juventude, a Semana deixou a desejar. "Eles ficaram nas
mesas, palestrando, e não
interagiram conosco. Não
quero uma ditadura da
juventude, mas queria a
presença de parlamentares na platéia. São eles que
vão votar as políticas públicas de juventude e poderiam se capacitar no encontro." Segundo Mateus,
apenas deputados da Comissão Especial de Políticas Públicas para a Juventude da Câmara estiveram
presentes.
O pernambucano Evandro Gomes Senna, 26, do
projeto Redes e Juventudes, discutiu muito com
seu grupo durante as 47
horas de viagem até Brasília (o ônibus de seu grupo
quebrou no caminho) e
diz ter ficado decepcionado por não haver espaço
para que ele expusesse o
debate do grupo. "Esperávamos discussões mais
calorosas."
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