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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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Conheça o karaokê mais punk do mundo

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
COLUNISTA DA FOLHA

Esqueça Leandro e Leonardo, Abba, Celine Dion, Whitney Houston, Ivete Sangalo e outros campeões do karaokê.
Agora é a vez de Dictators, Johnny Thunders, Clash, Sex Pistols, Dead Boys, X-Ray Spex e outros nomes do rock descontrolado tomarem a preferência dos aprendizes de cantor.
Quer dizer, não em todos os karaokês do mundo, mas pelo menos no que rola às quartas-feiras no bar Lounge Lizards. Fica em Decatur, bairro francês de Nova Orleans (sul dos EUA), onde "Escuta Aqui" passou alguns dias da semana retrasada (na cidade, não no bar).
O mais legal é que o acompanhamento não é aquele som de órgão furreca coreano. Os caras fazem tudo com banda ao vivo! Guitarra e bateria -baixo não tinha, pelo menos até a hora em que fui embora, porque o trabalho começaria cedo no dia seguinte.
Olha só algumas músicas que estavam na lista distribuída pelas meninas do bar (a menos tatuada tinha mais desenhos na pele do que um tapete afegão): "Crazy Train", do Ozzy; "Raw Power", dos Stooges; "Chinese Rock", dos Ramones; "God Save the Queen", dos Sex Pistols, e muito mais.
Eis aí uma idéia bacana para os bares de rock do Brasil! Que tal copiar? Afinal, até os rockers gostam de karaokê.
 
Quer impressionar os chegados, conquistar garotas e agregar amizades facilmente? Então é só fazer aquela visita rápida ao site da bíblia da descolândia, a revista semanal "New York": www.new yorkmetro.com.
Assunto de capa da última edição: "16 NYC bands ready to hit it big", ou seja, "16 bandas de Nova York prontas para se dar muito bem".
A lista é para deixar de queixo arrastando no asfalto mesmo o pior nerd obcecado por novidades musicais. Porque só trata de coisas muito, muito novas mesmo.
Vamos a alguns nomes, ainda que isso não queira dizer muita coisa: Black Moustache, Brookville, Dopo Yume, The Fiery Furnaces, The Flesh (grande nome!) e Sea Ray. Está bom, ou quer mais?
Escrevo esta coluna quatro dias antes de o Folhateen ser publicado. É possível, portanto, que a capa da revista tenha mudado até o dia de você ler este texto. Mas aí é só entrar no site da "New York" e botar "16 NYC bands" no campo de busca que você encontra a reportagem.
 
Falei bastante na coluna da semana passada sobre o crítico inglês Ian MacDonald, autor de "The People's Music", um novo e genial livro de análises de rock. Faltou só dizer uma coisa: IMacD se matou no dia 8 de setembro passado, poucos dias depois de o livro sair.
Segundo informações da revista inglesa "Word", ele sofria de depressão havia anos. Não encontrava ninguém pessoalmente, só se comunicava por telefone e por e-mail. Que os amigos soubessem, nunca teve um relacionamento com nenhum dos sexos. Ian MacDonald tinha 55 anos.


Álvaro Pereira Júnior, 40, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo
E-mail: cby2k@uol.com.br


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