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Se é para morrer, que seja com amor

UM DOS chavões clássicos da humanidade, usado muito em momentos de sofrimento, é o seguinte: "Calma, no final tudo vai dar certo". Isso não só é um chavão como é uma das maiores mentiras que já ouvimos. Afinal, o que é que nos aguarda no final? Morrer. Sim, o que nos aguarda no final é aquela senhora da foice.
Embora isso pareça um pouco pessimista, na verdade, é de um otimismo sem tamanho. É uma espécie de libertação não ter que ficar esperando que tudo dê certo, não ter que ficar torcendo pelo último ato hollywoodiano. Isso torna a vida mais leve, pois não temos que vivê-la esperando a recompensa final.
Pois então, se é para morrer, que pelo menos morra com amor. Foi o que pensamos quando lemos, há uma semana, que Adelfa Marta Volpes havia morrido aos 82 anos. Nunca tínhamos ouvido falar de Adelfa até que ela, um velhinha argentina, resolveu se casar com Reinaldo Wavegche, de 24. Eles namoraram durante seis anos, se casaram um mês atrás e foram passar a lua-de-mel no Rio de Janeiro. Logo que ela voltou, foi internada e morreu. Na época do casório, ele havia dito que ficaria "de coração partido" se ela morresse, mas que não ia deixar de estar com ela por isso.
Ok, achamos um pouco estranho essa diferença de idade, principalmente porque Adelfa não tem filhos nem parentes e o marido terá direito à pensão que ela recebia como aposentada e à casa própria que está deixando de herança. Ou seja: talvez esse amor com tanta diferença de idade tivesse um componente de golpe do baú.
E virou notícia porque, no caso, era uma mulher mais velha. Se fosse um homem... Bem, só pra dar um exemplo. O criador da "Playboy", Hugh Hefner, tem TRÊS namoradas de vinte e poucos anos. Eles aparecem em um reality show na TV e todo mundo finge achar tudo muito natural. E Hefner tem 80 anos.
Mas e daí se todos os casos forem golpe do baú? Que diferença faz para quem fica o dinheiro no final? Afinal, a única coisa que nos aguarda no fim de tudo é a senhora da foice. Ou um coração partido. E nada mais. Então, se preocupar por quê?

Momento de histeria

Calma, amiga, provavelmente esse amor não vai te matar

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