Durante três noites em Olinda, bandas emergentes do rock brasileiro abrem os shows para consagrados como Skank e Fernanda Abreu

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

No próximo final de semana, Pernambuco reúne pelo sexto ano consecutivo boa parte da cena roqueira do país. A edição 98 do festival Abril Pro Rock preserva seu bem-sucedido modelo: mostrar bandas consagradas e servir de vitrine para a nova cena musical.
Chico Science, Mundo Livre S/A e seus filhotes do mangue beat devem ao festival uma boa parte de seu sucesso. E a renovação não pára. No ano passado, o Abril Pro Rock mostrou duas bandas que agora lançam CDs no mercado nacional, Querosene Jacaré e Eddie (leia texto nesta página).
O recém-lançado CD "Abril Pro Rock", com gravações de bandas que passaram pelas cinco primeiras edições, dá uma demonstração da força da festa. Lá estão, entre outros, Chico Science, Planet Hemp, Raimundos e Pato Fu.
Mais de 30 bandas vão passar pelo palco do Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, de sexta a domingo. Estrelas como Skank e Fernanda Abreu são diversão garantida, mas há outras boas apostas de sucesso. Confira:
Edmílson do Pífano - Atração local que abre o evento, faz parte do bloco "raiz" do Abril Pro Rock, junto com Lia de Itamaracá, Zé Neguinho do Côco e Tânia Cristal. Como Selma do Côco no ano passado, devem fazer a platéia dançar, mas isso não significa que possam ir além de suas fronteiras. Vale conferir, por curiosidade. Sheik Tosado - Mais gente da terra, anunciada como banda com potencial para espalhar seu som pelo país. Tem inventividade para ultrapassar as inevitáveis influências de Chico Science. Pólux - Banda 75% feminina do Rio de Janeiro, produziu uma das melhores demos de 1997. Ao vivo, faz o espectador acreditar que está vendo um show do Lush. Se já é difícil tocar rock no Rio, pior ainda para uma banda de garotas. Mas o Pólux faz bonito. Querosene Jacaré - Banda recifense mais rock e menos mangue beat. Tocou no festival do ano passado e volta ao evento consagrado. Wander Wildner - Se a platéia pernambucana entrar no clima desse gaúcho completamente alucinado, o Centro de Convenções pode desabar. Wildner é rockão brabo. "O meu Mavericão/Tem motor vê-oitão", vocifera em uma de suas músicas sobre drogas, sexo e carrões. Demencial. Luciana Pestano - Outra voz gaúcha, que parece uma mistura legal dos agudos de Marina Lima com os graves de Cássia Eller. Luciana também toca, compõe e lançou um bom CD de estréia, meio rock, meio blues. Dá curiosidade de conferir a garota no palco. Devotos do Ódio - Surgido no Alto José do Pinho, periferia de Recife, o grupo é um power trio hardcore. Fez um show demolidor no festival passado, lançou seu primeiro e ótimo CD, "Agora Tá Valendo", e deve receber outra ovação em Olinda. Um dos grandes nomes do rock brasileiro, ainda precisando ser mais conhecido. Suicidal Tendencies - A atração internacional do Abril Pro Rock é quase uma instituição do rock californiano. A banda preferida dos skatistas é incendiária no palco e enlouqueceu os paulistas no ano passado. O efeito nos mangueboys deverá ser o mesmo.
Quem vai tocar no festival

Sexta-feira, dia 3, às 20h
Edmilson do Pífano (PE); Comadre Florzinha (PE); Querosene Jacaré (PE); Luciana Pestano (RS); Cascabulho (PE); Skank (MG)
Sábado, dia 4, às 17h
Lacertae (SE); Baba Cósmica (RJ); Dona Margarida Pereira e os Fulanos (PE); Acabou La Tequila (RJ); Polux (RJ); Sheik Tosado (PE); Ratos de Porão (SP); Funk Fuckers (RJ); Squaws (RJ); Devotos do Ódio (PE); Wander Wildner (RS); Suicidal Tendencies (EUA)
Domingo, dia 5, às 17h
Tânia Cristal (PE); Júpiter Maçã (RS); Lia de Itamaracá (PE); Zé Neguinho do Coco (PE); Pedro Luís e Parede (RJ); Hip Monsters (SP); Capitão Severo (PE); Serpente Negra (PE); Stonkas y Congas (SC); Tiroteio (SP); O Rappa (RJ); Lenine (PE); Fernanda Abreu (RJ); DJ Soul Singer (Liquid Sky/Jungle Sky); T.C. Islam (Zulu Nation - EUA)

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