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ETs podem ser Cabral, e nós, os indígenas
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR INTERINO DE CIÊNCIA
O físico Stephen Hawking
e o biólogo Jared Diamond
têm um conselho simples para o pessoal que fica tentando trocar sinais de rádio com
possíveis ETs: "Desliga essa
porcaria, menino!".
OK, não com essas palavras, mas chega perto. Veja
só o que Diamond, autor dos
best-sellers "Armas, Germes
e Aço" e "Colapso", disse a
este repórter quando lhe perguntei sobre o velho papo
"ET, telefone, minha casa":
"Se houver alguma espécie inteligente em torno da
estrela Alfa Centauri, e se ela
vier para a Terra, é melhor
nós corrermos para nossos
abrigos antibombas, ou esses seres do espaço vão fazer
conosco o que ainda estamos
fazendo com macacos, chimpanzés e outros seres humanos", argumentou ele.
O raciocínio de Hawking e
de Diamond se baseia no que
aconteceu ao longo da história do nosso planeta. Eles especulam que, quando populações desenvolvem tecnologias avançadas e entram em
contato com outros grupos
tecnicamente mais atrasados, é quase inevitável que
tentem usar sua vantagem
competitiva para escravizar
ou destruir os rivais.
Diamond ainda lembra
que civilizações densamente
povoadas são criadouros de
doenças infecciosas. Com o
tempo, os micróbios passam
a conviver mais moderadamente com a população de
origem, mas podem ser devastadores contra um povo
sem resistência natural contra eles -como ocorreu com
os indígenas na América.
Será, portanto, que os ETs
fariam o papel de Cabral, e
nós, o dos índios? Difícil dizer com certeza. Mas não parece lá grande ideia arriscar.
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