São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ETs podem ser Cabral, e nós, os indígenas

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR INTERINO DE CIÊNCIA

O físico Stephen Hawking e o biólogo Jared Diamond têm um conselho simples para o pessoal que fica tentando trocar sinais de rádio com possíveis ETs: "Desliga essa porcaria, menino!".
OK, não com essas palavras, mas chega perto. Veja só o que Diamond, autor dos best-sellers "Armas, Germes e Aço" e "Colapso", disse a este repórter quando lhe perguntei sobre o velho papo "ET, telefone, minha casa":
"Se houver alguma espécie inteligente em torno da estrela Alfa Centauri, e se ela vier para a Terra, é melhor nós corrermos para nossos abrigos antibombas, ou esses seres do espaço vão fazer conosco o que ainda estamos fazendo com macacos, chimpanzés e outros seres humanos", argumentou ele.
O raciocínio de Hawking e de Diamond se baseia no que aconteceu ao longo da história do nosso planeta. Eles especulam que, quando populações desenvolvem tecnologias avançadas e entram em contato com outros grupos tecnicamente mais atrasados, é quase inevitável que tentem usar sua vantagem competitiva para escravizar ou destruir os rivais.
Diamond ainda lembra que civilizações densamente povoadas são criadouros de doenças infecciosas. Com o tempo, os micróbios passam a conviver mais moderadamente com a população de origem, mas podem ser devastadores contra um povo sem resistência natural contra eles -como ocorreu com os indígenas na América.
Será, portanto, que os ETs fariam o papel de Cabral, e nós, o dos índios? Difícil dizer com certeza. Mas não parece lá grande ideia arriscar.


Texto Anterior: Como seriam os aliens?
Próximo Texto: Com habilitação, sem coragem
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.